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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Benito di Paula – Canção para o nosso amor (1968)

 

     Esse vídeo que acabei de produzir para ser publicado no YOUTUBE e aqui no Blog  CULTURA CABESOUND nada mais é do que o primeiro registro fonográfico do grande BENITO DI PAULA.

     Este compacto simples, lançado em 1968 pela COPACABANA DISCOS continha as músicas ANDANÇA (Edmundo Souto – Paulinho Tapajós) no LADO 1 e CANÇÃO PARA O NOSSO AMOR (Benito di Paula), no LADO 2, justamente a canção que apresento aqui. Ao contrário do BENITO DI PAULA campeão de vendagens de discos nos anos 70, de estilo musical logo denominado de SAMBA JÓIA, CANÇÃO PARA O NOSSO AMOR mostra um BENITO DI PAULA extremamente romântico, bem ao estilo ALTEMAR DUTRA. Na foto do compacto também dá para ver que aquele visual de longa cabeleira, cavanhaque, fraque e jóias ainda estava muito distânte de ser adotado. Mais um presente do Blog CULTURA CABESOUND!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

MPB4 – De palavra… em palavra… (CBD/Elenco – 1971)

De palavra em palavra
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Link reativado em 28/03/2015

     Um dos grupos vocais de maior cartaz na história da música popular brasileira ganha seu espaço aqui no Blog CULTURA CABESOUND: MPB4.
     MILTINHO – Nascido Milton Lima dos Santos Filho, em Campos dos Goytacazes, RJ, em 18 de outubro de 1943; AQUILES Rique Reis, nascido em Niterói, RJ, em 22 de maio de 1948; e RUY Alexandre Faria, nascido em Cambuci, RJ, em 31 de Julho de 1937; começaram a cantar juntos como um trio no ano de 1962, nomeado como TRIO DO CPC (Centro Popular de Cultura, da Universidade Federal Fluminense “UFF”. As primeiras apresentações foram realizadas nos CPC’s da UNE (União Nacional dos Estudantes). Conheceram o vocalista e tecladista MAGRO – Nascido Antônio José Waghabi Filho, em Itaocara, RJ, em 14 de novembro de 1943; e passam a se apresentar como quarteto desde então, o QUARTETO CPC. Influenciados musicalmente pelo grupo vocal OS CARIOCAS, um dos ícones da BOSSA NOVA, passaram a dispor de um certo prestígio e, mesmo com a tal influência, passaram a adotar um estilo próprio, com um repertório calcado nos clássicos da MPB.
     Com o fim das CPC’s, não havia mais sentido manter o nome QUARTETO CPC. Em 1964, MAGRO e MILTINHO, na época estudantes de engenharia, sugerem a mudança do quarteto vocal para MPB4, era a mudança definitiva. Já devidamente renomeado, o quarteto faz sua primeira apresentação profissional  na Boate Petit Paris, em Niterói. As apresentações começam a ganhar destaque na imprensa do RJ, é daí que surge o comentário do renomado jornalista Sérgio Porto: “O nome do grupo (MPB4) parece prefíxo de trem da Central do Brasil”. Por isso atribuiu-se por tempos ao jornalista a autoria do nome do quarteto. Ainda em 1964, o MPB4 faz a sua estréia fonográfica gravando e lançando seu primeiro disco, um compacto duplo intitulado SAMBA BEM, com as músicas O SAMBA DA MINHA TERRA (Dorival Caymmi), LAVADEIRA (Silveirinha), MASCARADA (Zé Keti e Elton Medeiros) e a primeira música assinada por integrantes do MPB4: VIDA DO SEM (Magro e Miltinho), incluída na peça O MENINO E A BOLA, criação de Carlos Vereza, também estudante da UFF na época e hoje ator de cinema e televisão dos mais renomados, e dos integrantes do MPB4.
     Em 1965, ainda estudantes, os integrantes do MPB4 viajam para São Paulo em férias. Na Boate ELA, CRAVO & CANELA conhecem as integrantes do QUARTETO EM CY e conhecem também CHICO BUARQUE DE HOLLANDA, por intermédio do jornalista Chico de Assis. Esse mesmo Chico de Assis apresentou o MPB4 e o QUARTETO EM CY à MANOEL CARLOS, na época diretor do programa O FINO DA BOSSA, da TV RECORD, apresentado por ELIS REGINA e JAIR RODRIGUES. O MPB4 então passa a se apresentar com frequência no programa, ao lado do QUARTETO EM CY e ambos os grupos passam a ser mais conhecidos no meio musical. Ainda em São Paulo, o MPB4 se apresenta ao lado do QUARTETO EM CY na Boate Le Club no show intitulado É NO SAMBA QUE EU VOU, assinado por Chico de Assis. Numa das apresentações, estava presente na platéia ALOYSIO DE OLIVEIRA, que os convida a gravar para o selo ELENCO. Na volta ao Rio de Janeiro gravam e lançam pela ELENCO um compacto com as músicas SAMBA LAMENTO (Luiz Marçal) e SÃO SALVADOR (Roberto Nascimento). Ainda em 1965, o MPB4 divide o palco da Boate ZUM ZUM com o QUARTETO EM CY, ROSINHA DE VALENÇA e OSCAR CASTRO NEVES, no show CONTRAPONTO, dirigido e assinado por ALOYSIO DE OLIVEIRA. Se apresentam também, no TEATRO OPINIÃO, no histórico show O SAMBA PEDE PASSAGEM, ao lado de ARACY DE ALMEIDA e ISMAEL SILVA, entre outros. Esse show foi idealizado por Sérgio Cabral e dirigido por João das Neves e mereceu registro em LP.
    Em 1966, o MPB4 integrou, ao lado de Betty Faria, Fernando Lébeis, José Wilker, José Damasceno e Cécil Thiré, a ópera popular "João Amor e Maria", de Hermínio Bello de Carvalho e de Mauricio Tapajós, cuja trilha sonora, composta por Mauricio, contou com algumas letras de Antônio Carlos Brito (Cacaso). O espetáculo, que teve direção de Kleber Santos e Nélson Xavier, e cenários de Marcos Flaksman, foi apresentado no TEATRO JOVEM (RJ). Ao lado de NARA LEÃO, se apresentam no show QUEM TEM MEDO DE NARA LEÃO?, na Boate CANGACEIRO, com direção de Guilherme Araujo e Ferreira Gullar. Nesse mesmo ano lançam o seu primeiro LP, cujo primeiro sucesso foi LAMENTO (Pixinguinha e Vinicius de Moraes). Se apresentam também no II FESTIVAL DA MPB (TV RECORD), classificando CANÇÃO DE NÃO CANTAR (Sergio Bittencourt) em 4º lugar. No ano seguinte, se apresentaram no III FESTIVAL DA MPB (TV RECORD) e classificando GABRIELA (Maranhão) em 6º lugar. Mas foi ao lado de CHICO BUARQUE DE HOLLANDA, na histórica apresentação de RODA-VIVA (Chico Buarque de Hollanda), que alcançou o 3º lugar, que o MPB4 passou a ficar conhecido no Brasil todo. Ambas as canções tiveram arranjos vocais de MAGRO.  Também em 1967, classificaram as canções O SIM PELO NÃO (Alcivando Luz e Carlos Coqueijo) e CANTIGA (Dori Caymmi e Nélson Motta) em 6º e 9º lugares, respectivamente, no II FESTIVAL INTERNACIONAL DA CANÇÃO (TV GLOBO).
     Com CHICO BUARQUE DE HOLLANDA iniciam uma parceria que duraria por volta de 10 anos, entre gravações em disco e apresentações ao vivo, no Brasil e no Exterior, que teve uma pausa entre 1969 e 1970, graças ao exílio de CHICO na Itália, por conta da censura da Ditadura Militar. Por essa parceria, o MPB4 é rotulado errôneamente como “crias do CHICO BUARQUE”. Mas, com o lançamento do LP DEIXA ESTAR, em 1970, o MPB4 passa a ganhar “identidade musical própria”, alcançando seu primeiro sucesso em escala nacional com AMIGO É PRA ESSAS COISAS, primeira canção assinada por ALDIR BLANC, em parceria com SILVIO SILVA JR. Com a volta de CHICO BUARQUE do exílio, o MPB4 retoma a parceria, participando ativamente do LP COSTRUÇÃO, de CHICO, gravando vocais de apoio, principalmente nas canções COSTRUÇÃO e MINHA HISTÓRIA, também lançada pelo MPB4 no LP DE PALAVRA… EM PALAVRA…, ambos os discos lançados em 1971.
     E é exatamente DE PALAVRA… EM PALAVRA… que o Blog CULTURA CABESOUND posta aqui de presente para você, que nesse momento visita a página e, como eu, também é fã desse quarteto vocal maravilhoso, que em 2005 viu RUY deixar o grupo, dando lugar à DALMO MEDEIROS, ex CÉU DA BOCA e que no último dia 08 de agosto de 2012 perdeu MAGRO WAGHABI, principal arranjador vocal e instrumental do grupo, devido a um câncer na próstata, postagem inclusa no Blog na categoria SAUDADE. Esse DE PALAVRA… EM PALAVRA… consolidou de vez a carreira do MPB4. Meus destaques vão para DE PALAVRA EM PALAVRA, parceria de MILTINHO com Maurício Tapajós e Paulo Cézar Pinheiro, que é uma homenagem à música popular brasileira, com citações de vários de seus clássicos e, principalmente à JOÃO GILBERTO. Outros destaques são a personalíssima gravação de CRAVO E CANELA (Milton Nascimento – Ronaldo Bastos) e O CAFONA (Marcos e Paulo Sérgio Valle), originalmente gravada por PAULO SÉRGIO VALLE e ÂNGELA VALLE para a trilha sonora da novela global de mesmo título. A versão do MPB4 para essa música tem um “quê” de tropicalista e boas doses de psicodelia. Não deixo de citar também outra bela canção: A VILA E A VIDA, assinada pelos mesmos Aldir Blanc e Silvio Silva Jr de AMIGO É PRA ESSAS COISAS.
     Mas, todo o LP é muito bom, é essa qualidade que o Blog CULTURA CABESOUND destaca e oferece de presente. Deleitem-se!

Dados do disco

Direção de Produção: Roberto Menescal
Estúdio: CBDP
Arranjos: Magro (MPB4)
Técnicos de Gravação: Toninho e Mazola
Capa: Aldo Luiz
Foto: Ricardo Decumptich

Músicas

Lado 1:
01- De palavra em palavra (Miltinho – Maurício Tapajós – Paulo Cézar Pinheiro)
02- Cravo e canela (Milton Nascimento – Ronaldo Bastos)
03- Recado (Sérgio Mello – Dalto Medeiros)
04- Mudei de idéia (Antônio Carlos – Jocafi)
05- Pois é, pra quê? (Sidney Miller)
06- Eu cheguei lá (Dorival Caymmi)

Lado 2:
01- Minha história “Gesubambino” (Dalla – Pallottino – Vers: Chico Buarque de Hollanda)
02- Maria das Dores (Maurício Tapajós – Mauro Duarte)
03- O cafona (Marcos Malle – Paulo Sérgio Valle)
04- A Vila e a vida (Aldir Blanc – Silvio Silva Jr)
05- Valsinha (Vinicius de Moraes – Chico Buarque de Hollanda)
06- Confirmação (Ruy Quaresma – Tarcízio Cardozo – Airton Quaresma)

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Bert Kaempfert e Sua Orquestra – Portugal (Siemens do Brasil/Polydor – 1958)

BK Portugal
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Link reativado em 28/03/2015
 
     As músicas de Portugal e as melodias do maestro Bert Kaempfert são grandes sucessos do Blog Cultura Cabesound desde que fiz as primeiras postagens sobre ambos. O disco que apresento aqui dessa vez junta num pacote só e em arranjos de muito bom gosto Bert Kaempfert e as mais belas melodias Portuguesas.
     PORTUGAL trata-se do primeiro LP de Bert Kaempfert. Foi lançado no Brasil em simultâneo aos EUA e Europa. O selo POLYDOR ainda não era pertencente à CBD (Companhia Brasileira de Discos). Reproduzo a seguir o texto Original da contra-capa do LP:
      “ Este disco é uma coleção de belas melodias compostas ou inspiradas no maravilhoso e pitoresco país situado no extremo do Sudoeste da Europa. Em lugar de números demasiados conhecidos, aqui estão alguns novos e brilhantes. A maioria é baseada em fados, as canções típicas portuguesas que são acompanhadas por guitarras. Os fados podem ser ouvidos na atmosfera autêntica dos pequenos cafés que são frequentados principalmente por portugueses. Alí, entre fumaça e vinho, os fados são cantados tanto pelos artistas como pelos frequentadores. Esses lugares são encontrados no Bairro Alto e em Alfama, pitorescos bairros de Lisboa que zelam por sua velha tradição. Uma característica dos fados são suas melodias ricas e compreensíveis, que os torna altamente agradáveis à todos.
     O fato de BERT KAEMPFERT ser um compositor, bem como arranjador e chefe de orquestra, assegura a distinção deste LP. Nascido em Hamburgo, em 1923, KAEMPFERT tem tocado clarineta, saxofone, piano e, acima de tudo, seu instrumento favorito: o acordeon, desde garoto. Mais tarde, entrou para a orquestra de Hans Busch, que era então muito popular na Alemanha. Depois de um período no rádio em Danzig e na Rádio Noroeste Alemã, como solista de acordeon e regente, organizou orquestra própria. Sua atividade como arranjador, regente e compositor tem progredido com sucesso simultâneo. Fez os arranjos e acompanhou Freddy, o criador de sucessos, em seus sucessos mais recentes “THE LEGIONNAIRE” e “CIGARRETTES AND WHISKY”. Sua esplêndida gravação de PATRICIA tornou-se uma sensação.
     Aqui está, pois, a interpretação nova e altamente original de memoráveis canções e sucessos de Portugal e sobre Portugal. É um disco que, garantimos, irá deliciar a todo amante de música. “
     Aqui está então mais um presente de qualidade do Blog CULTURA CABESOUND para todos os amantes da boa música instrumental e também, mais um presente especialíssimo para todos os amigos portugueses que constantemente me dão a alegria da constante visita à essa humilde página. Deleitem-se e se emocionem com cada acorde musical!!! 

Músicas
Lado 1:
01- Sempre que Lisboa canta (Rocha)
02- Fora de portas (Piedade)
03- Tudo isto é Fado (Carvalho)
04- Fado em Vila Franca (Nobre)
05- Por Deus te peço (Coelho Filho)
06- April in Portugal (Ferrão)
                                                                                                                               

Lado 2:
01- Petticoats of Portugal (Durão – Mitchell – Kahn)
02- Rosa engeitada (Ferrão)
03- Fado de Santarém (Loureiro)
04- Les Lavandières du Portugal (Popp – Lucchesi)
05- Nem às paredes confesso (Trindade)
06- Fadistas do Bairro Alto (Aleixo)

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

6ª Feira do Vinil do RJ. Mais uma vez, um acontecimento marcante.

     Domingo passado, dia 16 de setembro de 2012, foi realizada mais uma Feira do Vinil. Como não poderia deixar de ser, estive presente conferindo tudo de bom que o evento proporcionou à todos os aficcionados no maravilhoso som dos “bolachões”. Pela segunda vez seguida a Feira foi realizada no Instituto Bennet, no bairro do Flamengo. Recorde de expositores e de público.

     Pude também comprovar o sucesso de vendas, tinha gente saindo da Feira com bolsas recheadas com pelo menos uns 20 discos, e, não eram discos “comuns”: foram vendidos desde a reedição de USUÁRIO, do PLANET HEMP, pela primeira vez no formato vinil, até o super raro TIM MAIA RACIONAL, não vendido por menos do que R$ 1.500,00.

     Confira algumas fotos:

 

     “John Lennon” foi o responsável pela recepção:

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     Existe o interesse dos organizadores de que a Feira se torne parte do calendário da cidade, o que seria realmente ótimo:

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     Algumas “preciosidades” que estavam disponíveis para venda:

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     Algumas fotos que comprovam o verdadeiro sucesso de público que foi a 6ª Feira do Vinil do RJ:

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     E o DJ tornando o ambiente mais agradável ainda, colocando música de qualidade para tocar em suas Pic-Up’s:

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     Cada vez mais se comprova que o vinil ocupa cada vez mais espaço na preferência de quem curte música de qualidade. Que venha logo a 7ª Feira de Discos de Vinil do RJ.

domingo, 16 de setembro de 2012

Lauro e Lucas – 2 pianos e 4 mãos em ritmo de dança (Longplay Rádio – 1959)

Lauro e Lucas
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Link reativado em 02/04/2015

     Música instrumental de qualidade marca a presença mais uma vez no Blog CULTURA CABESOUND. Dessa vez o espaço é aberto para dois grandes pianistas, que no ano de 1959 foram “recrutados” em conjunto pela gravadora Longlay Rádio para gravarem um LP, juntando suas técnicas apuradas em prol da boa música: Lauro de Araujo e Lucas Vieira.
     Infelizmente, em minhas pesquisas pela internet, não consegui dados relevantes sobre esses dois músicos para que um texto mais detalhado sobre a vida e a obra de Lauro e Lucas pudesse ser colocado aqui, o que prova mais uma vez que vários músicos de talento, que não tiveram grande espaço na mídia em geral, foram esquecidos em prol de outros artistas que surgiram no decorrer dos anos. Mas, o que farei nesse momento é reproduzir o texto da própria contra-capa do LP. O texto é o seguinte:
     “Eis algo diferente para encantar os discófilos! Uma tarefa difícil, sem dúvida, harmonizar os estilos de dois pianistas, dois verdadeiros áses do teclado. Diferentes de tudo quanto se ouviu. Mas os dois artistas – LAURO DE ARAUJO e LUCAS VIEIRA, muito bem se entenderam… Como num passe de mágica, a música de seus dois pianos flui docemente, dando-nos uma sensação de incomparável prazer.
     Eis algo diferente, mas algo notável – pela técnica e pelo incomum estilo de dois artistas – o que temos para ouvir: um punhado de consagradas músicas, escolhidas para fazer o devaneio de um par dançante.
     O que está perpetuado neste LP “Rádio” é algo que enternecerá os jovens, pois LAURO DE ARAUJO e LUCAS VIEIRA, pela sua experiência como pianistas de orquestras e conjuntos, refeitos da surpresa com que foram apanhados para gravar este disco, souberam desincumbir-se com brilho dessa difícil tarefa.
      LAURO DE ARAUJO – que faz sua estréia em disco, como solista, já tem seu nome bastante divulgado através do rádio. Atua a muitos anos na Rádio e TV TUPI, já tendo, por outro lado, gravado com várias orquestras. Embora formado em advocacia, LAURO DE ARAUJO preferiu dedicar-se um pouco mais à arte musical, onde goza de conceito e é tido como excelente maestro, além de pianista. LUCAS VIEIRA – é igualmente conhecido do público e acatado no meio musical. Como Lauro, faz parte de inúmeros conjuntos e orquestras, sendo atualmente pianista da famosa orquestra de tangos de UBIRAJARA SILVA. Já tem um disco gravado com seu nome.
     Eis, portanto, dois excelentes estilistas, com acompanhamento ritmico, numa sucessão de maravilhosos acordes, apresentando doze músicas de dança, selecionadas com senso e bom gosto… é mais um disco LP “Rádio”, da FONOGRÁFICA BRASILEIRA, fadado a alcançar absoluto sucesso. “
     O Blog CULTURA CABESOUND então, tem a alegria de dar mais esse presente de qualidade aos amigos que nos visitam. Apesar de serem notados ainda alguns ruídos de áudio mesmo após o trabalho de remasterização, pela qualidade do repertório e técnica apurada dos dois músicos presentes aqui, este disco não poderia de jeito nenhum ficar de fora de nossa lista. São Sambas, Boleros e Foxs, além de 2 faixas de um movimento musical que ainda estava “engatinhando”: a Bossa Nova. E ele – LAURO E LUCAS - 2 PIANOS E 4 MÃOS EM RÍTMO DE DANÇA, está aqui para a sua apreciação!

Músicas

Lado 1:
01- Sete notas de amor (Santiago “Chago” Alvarado)
02- Balada triste (Dalton Vogeler – Esdras Silva)
03- Ontem e hoje (Getulio Macedo – Irany de Oliveira)
04- Till (Charles Danvers – Carl Sigman)
05- A certain smile (Webster – Fain)
06- Haja o que houver (Fernando Cesar – Nazareno de Brito)

Lado 2:
01- Brigas… nunca mais (Antonio Carlos Jobim – Vinicius de Moraes)
02- Madame Fulano de Tal (Ciro Monteiro – Dias da Cruz)
03- Barracão (Oldemar Magalhães – Luiz Antonio)
04- Lobo bobo (Carlos Lira – Ronaldo Bôscoli)
05- A maior Maria (Waldemar Ressurreição – G. Cardoso)
06- Foi ela (Ari Barroso)

terça-feira, 11 de setembro de 2012

6ª Feira do Vinil do RJ


6 Feira do Vinil do RJ
     
      Bom… mais uma Feira do Vinil está chegando. Domingo (16/09/2012) será o dia em que os amantes do “bolachão” poderão conferir esse maravilhoso evento. Com certeza estarei lá e, ao contrário do que aconteceu na Feira anterior, em que fui prejudicado por um problema no meu PC antigo e não pude postar fotos e nem vídeos do evento aqui no Blog, dessa vez espero postar aqui tudo o que de bom rolar nesse evento que cada vez mais tá se tornando uma tradição. De acordo com informações colhidas no site do sêbo BARATOS DA RIBEIRO, serão 60 expositores presentes, o que seria um recorde de todas as edições da Feira. Com certeza será um acontecimento histórico!!!

domingo, 9 de setembro de 2012

Roberto Silva ( * 09 - 04 - 1920 / + 09 - 09 - 2012)

 Foto Roberto Silva

     O ano de 2012 realmente tem “pregado peças” nos amantes da boa música, com o falecimento de grandes nomes. Na madrugada de hoje (09/09), mais um grande nome nos deixou órfãos de grandes talentos: ROBERTO SILVA, considerado O PRÍNCIPE DO SAMBA.
     Roberto Napoleão Silva, nasceu no RJ, no morro do Cantagalo, em Copacabana, em 09 de abril de 1920. Já na década de 30 passou a frequentar programas de auditório, entre eles o de Ary Barroso. Estreou em 1938 no programa CANTA MOCIDADE, da RÁDIO GUANABARA, onde trabalhou até 1940. Fez um teste na RÁDIO MAUÁ em 1943, interpretando RISOLETA, de Raul Marques e Moacyr Bernardino, e a valsa NEUSA, de Antonio Caldas e Celso Figueiredo, sendo contratado e se mantendo lá até 1946, Nesse mesmo ano grava seu primeiro 78 RPM, com os sambas ELE É ESQUISITO, de Walter Rodrigues, e O ERRADO SOU EU, de Djalma Mafra. Ainda em 1946, integrou o elenco da RÁDIO NACIONAL e logo depois foi convidado por Paulo Gracindo a fazer parte do elenco da RÁDIO TUPÍ. Foi nessa rádio que Roberto Silva recebeu o título PRÍNCIPE DO SAMBA, dado pelo locutor Carlos José.
     Seu primeiro grande sucesso foi lançado em 1948, pelo selo STAR: MARIA TEREZA, de Altamiro Carrilho. No ano seguinte participou do filme EU QUERO É MOVIMENTO, do diretor Luis de Barros.
     Em 1958, já pela COPACABANA DISCOS, lançou o primeiro volume de uma série de 4 discos que se tornaram talvez os maiores sucessos fonográficos de sua carreira: DESCENDO O MORRO, onde interpretava uma série de sambas famosos. Suas interpretações de JURACY (Antonio Almeida e Cyro de Souza) e PISEI NUM DESPACHO (Geraldo Pereira) se tornaram definitivas. Gravou cerca de 350 discos de 78 RPM e um total de 38 lp’s.
     Com uma carreira initerrupta, já em 1997 testemunhou o lançamento do CD ROBERTO SILVA CANTA ORLANDO SILVA, com faixas extraídas de seus vários discos da COPACABANA. Nesse mesmo ano, participou do volume 2 do projeto CASA DE SAMBA, produzido por Rildo Hora, interpretando ESCURINHO (Geraldo Pereira) em dueto com Fernanda Abreu. Participou novamente do projeto em 1999, CASA DE SAMBA VOL 4, interpretando seu grande sucesso JURACY em dueto com Caetano Veloso.
     Já no início dos anos 2000, Roberto Silva participou do show O SAMBA É A MINHA NOBREZA, que ficou em cartaz no CINE ODEON, entre abriu e junho de 2002, que rendeu o lançamento de um CD duplo. Nesse mesmo ano lança aquele que seria seu último disco de carreira: VOLTA POR CIMA, pela UNIVERSAL MUSIC, reunindo grandes clássicos do samba.
     Em 2005 fez uma participação especial no DVD MTV APRESENTA CASUARINA. Em 2009, participa mais uma vez de um projeto produzido por Rildo Hora, dessa vez o CD/DVD CIDADE DO SAMBA, interpretando seu grande sucesso FALSA BAIANA (Geraldo Pereira), em dueto com Roberta Sá.
     Manteve uma constante agenda de apresentações em shows e programas de TV até pouco tempo atrás. Certa vez declarou: “Quando entro no palco não sei se tenho 26 ou a minha idade real”. Em 2008, em comemoração aos seus 70 anos de atividades artísticas realizou show na casa de espetáculos Carioca da Gema, no tradicional bairro boêmio carioca da Lapa, acompanhado do grupo Pé de Moleque. Em 2011 foi lançada uma caixa com os 4 volumes remasterizados de DESCENDO O MORRO.
     Nos últimos 6 meses travou uma luta contra um câncer de próstata. No último dia 05 de setembro foi internado em decorrência de um AVC. Faleceu na madrugada de hoje (09 de setembro de 2012), com falência múltipla de órgãos. Seu enterro foi realizado as 15:30 no cemitério de Inhaúma (RJ).
     Foram 75 anos dedicados a uma carreira em que nos presenteou com grandes clássicos do samba. O Blog CULTURA CABESOUND não poderia deixar de prestar esta homenagem ao grande ROBERTO SILVA. Descanse em paz!!!

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Altamiro Carrilho – Clássicos em choro (Polygram/Phillips – 1979) ; Clássicos em choro vol 2 (Polygram/Phillips – 1980)

Clssicos em choro
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Link reativado em 29/03/2015
 
     Gostaria de voltar às postagens de discos do Blog CULTURA CABESOUND da maneira que sempre fiz, com um texto sobre o artista ou grupo relacionado ao disco. Farei exatamente isso nesse momento, só que rendendo também uma homenagem à um verdadeiro gênio da nossa música instrumental, que infelizmente nos deixou órfãos do seu talento musical no último dia 15 de agosto de 2012: ALTAMIRO CARRILHO. Pela primeira vez estarei postando 2 discos em sequência, como forma, além de compensar minha ausência do Blog por um longo período, também dar como presente aos amigos do Blog CULTURA CABESOUND duas verdadeiras obras-primas desse grande mestre da música instrumental: CLÁSSICOS EM CHORO, volumes 1 e 2.

Clssicos em choro 2
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Link reativado em 29/03/2015

Altamiro Carrilho ( * 21 – 12 – 1924 / + 15 - 08 – 2012)
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     Altamiro Aquino Carrilho nasceu em Santo Antônio de Pádua (RJ), em 24 de Dezembro de 1924. Membro de uma família de 8 irmãos, entre eles o flautista Áuvaro Carrilho, filhos de Lyra Aquino Carrilho e Octacílio Gonçalves Carrilho, um cirurgião dentista que gostava de ajudar pessoas menos favorecidas financeiramente, começou na arte da música ainda na infância, tocando uma flautinha de bambú. Concluiu apenas o primário, pois seu pai ficou doente e ele passou a trabalhar numa tamancaria para ajudar no sustento da família. Aos 11 anos conseguiu um emprego como prático de farmácia, ao mesmo tempo que passou a tocar tarol numa bandinha formada basicamente por membros da própria família, a Banda  Lira de Arion, que se apresentava em coretos.
     Em 1940, a família Carrilho se muda para Niterói e, logo depois se muda para o bairro de Bonsucesso. Altamiro segue trabalhando em farmácia e passa a estudar música a noite. Nessa mesma época passa a frequentar programas de rádio, entre eles os dos flautistas Dante Santoro e Benedito Lacerda. De posse de uma flauta comprada de “segunda mão”, Altamiro passa a ser presença constante em programas de calouros e, conseguiu o feito de tirar o primeiro lugar no programa de Ari Barroso, iniciando assim carreira profissional. Em 1946 fez parte do conjunto de Ademar Nunes, na Rádio Sociedade Fluminense. No ano seguinte passou a fazer parte do conjunto de César Moreno, nas Rádios Tamoio e Tupí, logo depois fazendo parte do conjunto de Rogério Guimarães, também na Rádio Tupí.
     Em 1949, Altamiro gravou pela STAR seu primeiro 78 RPM, com FLAUTEANDO NA CHACRINHA, música de sua autoria. No ano seguinte, formou seu próprio conjunto para se apresentar como atração fixa da Rádio Guanabara, onde permaneceu até 1951, quando foi convidado a substituir Benedito Lacerda, no Regional de Canhoto, na Rádio Mayrink Veiga, acompanhando entre outros Orlando Silva, Silvio Caldas e Vicente Celestino, em suas gravações. Nesse mesmo ano fez uma participação especial no filme MULHER DO DIABO, do diretor Milo Marbisch.
     Em 1955 formou A BANDINHA DE ALTAMIRO CARRILHO. Com a Bandinha, em 1956, gravou aquele que foi seu primeiro grande sucesso: RIO ANTIGO, que vendeu cerca de 700 mil cópias. A BANDINHA DE ALTAMIRO CARRILHO passa a ser também um sucesso na TV, com o programa EM TEMPO DE MÚSICA, na TV TUPÍ. Altamiro então deixa o Regional de Canhoto em 1957, sendo substituido por Carlos Poyares.
     Já como um dos grandes sucessos musicais do país, Altamiro Carrilho passa praticamente toda a década de 60 excursionando fora do Brasil, chegando a gravar para a BBC de Londres em 1964. Em 1968, viajou para o México, onde permaneceu por 1 ano. Em 1969, se apresentou nos EUA.
     Na década de 70, com todo um movimento de resgate do Chorinho em voga, passou a ser o músico mais requisitado para acompanhamentos musicais e gravações solo, tanto de choro quanto de samba tradicional. Em 1972, se apresentou no Teatro Municipal do RJ interpretando o CONCERTO EM SOL, de MOZART, provando assim toda a sua categoria e versatilidade com a flauta, talento esse que o faz ser considerado por críticos e especialistas musicais como um dos maiores flautistas da história e, fez com que o flautista francês JEAN PIERRE RAMPAL declarasse que Altamiro Carrilho era o MAIOR FLAUTISTA DO MUNDO.
     Com mais de 100 discos gravados em toda a carreira, vários sucessos, consagrado do Brasil e no mundo e dono de um título de CIDADÃO CARIOCA, concedido pela Câmara dos Vereadores do Municipio do RJ, Altamiro foi sem dúvida nenhuma um dos grandes ícones de nossa música. Nos deixou no dia 15 de Agosto de 2012, devido a problemas respiratórios, aos 87 anos de idade, deixando uma lacuna que dificilmente será preenchida não apenas no Brasil, mas em todo o mundo da música.
     Em 1979, Altamiro gravou para a Phillips o disco ousado e inovador CLÁSSICOS EM CHORO, onde mostra todo o seu talento e versatilidade musical. Nesse disco, músicas clássicas de autores como BETHOVEN, CHOPIN, MOZART e J.S. BACH são vertidas para o mais tradicional choro brasileiro, que resultou num grande sucesso, vendendo mais de 100 mil cópias, merecendo o lançamento no ano seguinte de CLÁSSICOS EM CHORO VOL 2, repetindo o êxito do primeiro. Os dois volumes de CLÁSSICOS EM CHORO são considerados até hoje verdadeiras obras-primas da carreira de Altamiro Carrilho e, são os discos que posto nesse momento aqui no Blog CULTURA CABESOUND como um verdadeiro presente. A música mundial agradece: OBRIGADO POR TUDO, ALTAMIRO CARRILHO!!!

Dados do disco CLÁSSICOS EM CHORO (1979)

FICHA TÉCNICA:

Direção de Produção: Luiz Roberto
Técnico de Gravação: Jairo Gualberto
Auxiliar de Técnico: Rui Paulo
Estúdio: Polygram – 16 canais – Barra da Tijuca – Rio
Mixagem: Luiz Roberto
Corte: Ivan Lisnik
Capa: Aldo Luiz
Foto: Luiz Garrido (STUDIO L.A.)
Arte: Jorge Vianna

Músicos que participaram:

Flautas C e Eb: Altamiro Carrilho
Violão de 7 cordas: Voltaire
Violão de 6 cordas: Damazio
Cavaquinho: Valmar
Pandeiro: Sá Neto
Surdo: Jorge
Pratos: Aracy
Adaptação e Arranjos: Altamiro Carrilho
Gravado em Junho de 1979

Músicas:

Lado 1
01- Arioso (da Cantata nº 156) (J.S. Bach)
02- Valsa nº 7 (Op. 64 nº 2) (Chopin)
03- A lenda do beijo (da Zarzuela) (R. Soutullo – J. Vert)
04- Melodia em Fá (Anton Rubinstein)
05- Pour Elise (Beethoven)
06- Minueto em SOL (Beethoven)

Lado 2
01- Sonata (Suíte em Lá Menor) para flauta solo (J.S. Bach)
02- 5ª sinfonia (tema de apresentação) (Beethoven)
03- Dança das horas (da Gioconda) (Ponchielli)
04- Minueto em Lá (Boccherini)
05- Junho (Barcarola – Op. 62 nº 6) (Tchaikowsky)
06- Canção da Primavera (Op. 62 nº 6) (Mendelssohn)

Dados do disco CLÁSSICOS EM CHORO VOL 2 (1980)

Ficha Técnica:

Direção de Produção: Luiz Roberto
Técnico de Gravação: Luiz Claudio Coutinho
Auxiliar de Estúdio: Charles
Mixagem: Luiz Claudio Coutinho e Luiz Roberto
Montagem: Ricardo Pereira
Corte: Ivan Lisnik
Fotos: Luis Garrido
Capa: Aldo Luiz
Arte Final: Jorge Vianna

Músicos que participaram desta gravação

Arranjos: Altamiro Carrilho e Luiz Roberto
Flauta: Altamiro Carrilho
Violão de 7 cordas: Rafael
Violão de 6 cordas: Walter Silva e Luiz Roberto
Cavaquinho: Valmar
Pandeiro: Jorginho
Ritmo: Risadinha e Aracy
Surdo: Jorge Gomes
Tuba: Zenio
Máquina de escrever: Luiz Roberto
Gravado e Mixado dos Estúdios Polygram, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, em Setembro de 1980
Foto da Capa: Altamiro Carrilho e Aracy
Para a gravação deste LP ALTAMIRO CARRILHO utilizou flautas YAMAHA e HAYNES

Músicas:

Lado 1
01- A máquina de escrever (Andersen)
02- Valsa do minuto (Opus 64, nº 1) (Chopin)
03- Badinerie (7º movimento alegro da sonata em Bm) (J.S. Bach)
04- Humoresque (Opus 101, nº 7) (Anton Dvorak)
05- Dança Eslava (Opus 72, nº 10) (Anton Dvorak)
06- Minueto do divertimento (Nº 11 KV-334) (Mozart)
Faixas 2 a 6 Arranjo e Adaptação: Altamiro Carrilho

Lado 2
01- Czardas (V. Monti)
02- Marcha Turca (Rondó da ala Turca da sonata nº 19) (Mozart)
03- Sonata (Movimento 4 da sonata para flauta solo-Bourrée Anglaise) (J.S. Bach)
04- Liebes Freud (Kreisler)
05- Serenata dos milhões de arlequins (Drigo)
06- Contos de Hoffmann (Barcarolla) (J. Offenbach)

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Magro ( * 14 – 11 – 1943 / + 08 – 08 – 2012)

Magro

     O ano de 2012 ainda nem chegou à sua fase final e vários músicos de renome nacional e mundial estão nos deixando órfãos de seus talentos apurados. Nunca em toda a existência do Blog CULTURA CABESOUND foram feitas tantas postagens relacionadas à categoria SAUDADE em sequência como nesse período. E, agora, registro minha singela homenagem à MAGRO, um dos fundadores de um de meus grupos vocais e instrumentais de preferência: O MPB 4.
     Magro lutava a 10 anos contra um câncer na próstata, já diagnosticado com metástase, e mesmo já enfrentando complicações devido a doença desde 2010, fez apresentações normalmente com o MPB 4 até o último dia 8 de junho.
     Antonio José Waghabi Filho nasceu em Itaocara, cidade do Estado do Rio de Janeiro, em 14 de novembro de 1943. Muito cedo aprendeu a tocar violão, piano, tambor e clarineta, aprendendo um pouco mais tarde também a tocar vibrafone, saxofone e percussão. Em 1959, estudou música, tendo como professores Guerra Peixe, Isaac Karabtchewsky e Vilma Graça. 
     Em 1960 iniciou carreira artística como vibrafonista no conjunto de bailes Praia Grande, atuando durante 2 anos. Na faculdade de engenharia, conheceu MILTINHO, com quem logo montou uma banda. Como integrante do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (CPC-UNE), conheceu AQUILES e RUY, também integrantes do CPC. Junto a MILTINHO, descobriram que seus talentos vocais e instrumentais se completavam e, decidiram assim formar um quarteto, primeiramente nomeado QUARTETO DO CPC, mas logo que se profissionalizaram rebatizaram o quarteto como MPB 4, iniciando assim uma trajetória ímpar na história da MPB, sendo logo contratados pela gravadora ELENCO em 1964, para a gravação de um compacto. Daí o MPB 4 passa a entrar em contato com vários artistas recém lançados na época, como Nara Leão, Quarteto em Cy, Sidney Miller e Chico Buarque de Hollanda, entre outros nomes. Com Chico Buarque, o MPB 4 iniciou uma parceria próspera que durou aproximadamente 10 anos, entre turnês,  gravações e apresentações em festivais de música, ficando célebre a parceria em RODA VIVA, que conquistou o 5ºlugar no Festival da MPB de 1967, canção esta que teve arranjos de Magro.
     Quem viveu a década de 70 lembra com carinho de Magro como o jumento do álbum infantil OS SALTIMBANCOS. O público lembra também com carinho da participação do MPB 4 no especial da TV GLOBO “A ARCA DE NOÉ”, com músicas infantis compostas por Vinicius de Moraes. O PATO se tornou um dos maiores clássicos da carreira.
      Nesses mais de 50 anos de carreira, Magro se destacou como arranjador. Além de trabalhos com o próprio MPB 4, também assinou arranjos musicais para Chico Buarque, Toquinho e Vinicius, Simone e Kleiton e Kledir, entre outros.
     Nesse dia 08 de agosto, Magro se foi, depois de travar uma luta de 10 anos contra um câncer de próstata. Aquiles, um de seus parceiros de MPB 4, expressou assim a dor da perda:
"Depois de longa luta pela vida, Antonio José Waghabi Filho, o Magro do MPB4, nos deixou. Com ele vai junto uma parte considerável do vocal brasileiro. Com ele foi a minha música".
     O corpo de Magro será cremado nesta quinta-feira (09/08), no cemitério de Vila Alpina, zona leste de São Paulo.
     A música perde mais um de seus mestres. Descanse em paz, Magro!



segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Celso Blues Boy ( * 05 – 01 – 1956 / + 06 – 08 – 2012 )

Celso Blues Boy

     Apenas três dias após a partida do grande SEVERINO ARAÚJO, a música brasileira lamenta a morte de mais um grande nome: CELSO BLUES BOY, primeiro Bluesman brasileiro e que influenciou uma leva de músicos admiradores desse estilo musical. O Blog CULTURA CABESOUND não poderia deixar de registrar aqui essa homenagem àquele que fez do Blues um estilo de vida.
     Nascido Celso Ricardo Furtado de Carvalho, no Rio de Janeiro em 5 de janeiro de 1956, começou a tocar profissionalmente ainda aos 17 anos de idade, acompanhando nada mais nada menos que Raul Seixas. Acompanhou também Sá & Guarabyra e Luiz Melodia.
     Adotou o Blues Boy no nome, em homenagem ao seu grande ídolo: B.B. King. Foi também um dos primeiros a cantar blues em português. Montou a banda Legião Estrangeira em 1976, com a qual se apresentava em bares e casas de show. Fez parte também da banda Aeroblues, considerada a primeira banda de Blues do Brasil.
     Celso Blues Boy começou a alcançar a merecida fama quando mandou uma fita para a Rádio Fluminense, no Rio. A rádio então era a mais ouvida pelo público roqueiro. Aquele guitarrista branco de voz rouca e que sempre empunhava uma Fender Stratocaster, tal qual Eric Clapton, tornou-se conhecido e ganhou espaço nos programas de auditório. Gravou o primeiro disco em 1984, intitulado SOM NA GUITARRA, que apesar de ser um disco típicamente de Blues, ficou célebre por incluir uma faixa que era puro Rock and Roll e, se tornou seu maior sucesso: AUMENTA QUE ISSO AÍ É ROCK AND ROLL. Suas músicas também  fizeram parte das trilhas sonoras dos filmes ROCK ESTRELA e BETE BALANÇO. Seus outros grandes sucessos foram a música MARGINAL, com a luxuosa participação de CAZUZA  e a música FUMANDO NA ESCURIDÃO. 
     Na sua tentativa de seguir carreira internacional, Celso Blues Boy acabou por conhecer seu grande herói da guitarra: B.B. KING. Com ele, Celso fez algumas apresentações e gravou a faixa MISSISSIPI, realizando um sonho que muitos ainda tentam e não conseguiram realizar até os dias de hoje. A faixa foi incluída no disco INDIANA BLUES, de 1995.
     Foi um dos mais ilustres e fervorosos torcedores do Clube de Regatas Vasco da Gama, tendo participado do Megashow comemorativo dos 113 anos do clube, tocando o hino do clube em sua guitarra.
     Em 2008, foi lançado seu primeiro e único DVD ao vivo, intitulado QUEM FOI QUE FALOU QUE ACABOU O ROCK AND ROLL?, gravado no Circo Voador, no Rio de Janeiro.  Esse show também foi registrado em CD.
     Seu último CD foi lançado em 2011 e foi intitulado POR UM MONTE DE CERVEJA.
     Celso Blues Boy morreu na manhã desta segunda-feira (06/08/2012) em Joinville, Santa Catarina, aos 56 anos de idade. Apesar de o empresário afirmar que Celso sofria de BÓCIO, mais popularmente conhecido por PAPO, que é o aumento da tireóide causado pela perda de iodo no organismo, a principal causa da morte foi um câncer na garganta, que Celso enfrentou bravamente por algum tempo.
     Um som de guitarra bem caprichado adentrou o céu no dia de hoje. Descanse em paz, CELSO BLUES BOY!

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Severino Araújo ( * 23 – 04 – 1917 / + 03 – 08 – 2012 )

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     O Blog CULTURA CABESOUND presta uma singela homenagem à mais um grande músico que se despede nesse ano de 2012: O Maestro SEVERINO ARAÚJO, que por 70 anos comandou a ORQUESTRA TABAJARA, a maior e mais longinqua orquestra de bailes do Brasil.
     SEVERINO ARAUJO faleceu na noite de hoje (03/08) no Rio de Janeiro, vítima de falência múltipla de órgãos, após ficar internado durante 15 dias no Hospital Ipanema INN. Seu corpo será sepultado ao meio-dia deste sábado (04/08), no Cemitério São João Batista, em Botafogo.
     Nasceu em Limoeiro, Pernambuco, em 23 de Abril de 1917. Seu pai, Mestre Cazuzinha, já contava com a ajuda do pequeno Severino, então com 8 anos de idade, em suas aulas de música, o garoto então já demonstrava que tinha ouvidos apurados e talento para se tornar um grande músico. Entre os 14 e 15 anos, Severino já era apaixonado pelo som das Big Bands de Tommy Dorsey e Grenn Miller, que ouvia nas lojas de disco ou por rádio e, passou a sonhar um dia em adaptar tais músicas ao estilo brasileiro.
     Com 16 anos iniciou a carreira artística fazendo arranjos musicais para a banda de Ingá, cidade esta para qual a família Araújo havia se mudado a pouco. Além dos arranjos, Severino começava a se notabilizar como clarinetista, talento esse que o fez ser chamado para ser primeiro clarinetista da banda da Polícia de João Pessoa, em 1936. Já residindo na capital paraibana, Severino vê a sua grande oportunidade artística chegar, quando o governo da Paraíba faz uma série de contratações para a recém inaugurada PRI-4, que seria a emissora de rádio oficial da região. Para as intervenções musicais foi contratada a Orquestra Jazz Tabajara, logo rebatizada de Orquestra da Rádio Tabajara e, como não poderia deixar de ser, o jovem Severino é chamado para integrar a Orquestra, então tocando saxofone.
     Em 1938 aconteceria um fato que marcaria definitivamente a carreira de Severino Araújo: O então maestro da Orquestra, o pianista e regente Luna Freire falece repentinamente, então o jovem Severino é o escolhido pela direção da rádio para substituí-lo. Como condição para assumir a “batuta” da orquestra, Severino solicita à rádio a contratação de mais um trombone, um saxofone e um trompete. Chamou então, os irmãos Manuel e Jaime, além de um ex-colega da banda da Polícia de João Pessoa. Até deixar a Paraíba, a orquestra era composta de três trompetes, três trombones e quatro saxofones, além do ritmo com quatro elementos. Mais tarde entrariam na orquestra seus dois outros irmãos. Severino então começa a pôr em prática a idéia de adaptar o som das Big Bands aos rítmos tipicamente brasileiros.
     Em 1943 é convocado para o exército. Serve durante 1 ano no 15º R.I, num local denominado Aldeia, no interior de Pernambuco. Compõe então aquele que seria seu primeiro sucesso popular: UM CHORINHO EM ALDEIA. No ano seguinte, recebeu através de seu amigo Porfírio Costa propostas para trabalhar profissionalmente no Rio de Janeiro, mais precisamente no CASSINO COPACABANA  e na RÁDIO TUPÍ. Severino aceita o convite da RÁDIO TUPÍ e muda-se definitivamente para a então capital do país. Nesse mesmo período é contratado pela gravadora CONTINENTAL, onde gravou seus primeiros discos, ainda em outubro de 1944. Ainda em fins de 1944, se apresentou na Rádio Tupi com a Orquestra Marajoara interpretando o choro "Chorinho em Aldeia", executando clarinete. Essa transmissão ocorreu num domingo e foi gravada em acetato pela emissora. Já na segunda-feira inúmeros telefonemas pediam para que a rádio reprisasse a gravação. Em 1945, lançou o disco que se tornaria um verdadeiro clássico da MPB: o chôro ESPINHA DE BACALHAU, de sua autoria e gravado com a ORQUESTRA TABAJARA, que no mesmo ano chegou ao Rio de Janeiro também contratada pela Rádio Tupi.
     Chegando o ano de 1962, Severino e a Orquestra Tabajara são contratados pela RÁDIO NACIONAL, onde permaneceram por 2 anos. Depois, foram contratados pela TV RIO, onde permaneceram até 1968. Nesse mesmo ano, após 35 anos de atividades artísticas, Severino Araújo se aposenta, o que não seria uma decisão definitiva, já que ele permanece fazendo bailes, shows e gravações em discos durante mais 37 anos, tornando inclusive célebres as apresentações no CIRCO VOADOR durante a década de 80, em bailes dominicais denominados de DOMINGUEIRA VOADORA. Em 2005, devido a problemas de locomoção causados por uma operação no joelho, Severino passa o comando da Orquestra Tabajara ao seu irmão, JAIME ARAÚJO.
     Em 15 de junho de 2010, a TV Cultura levou ao ar, no programa Mosaicos, o especial A arte de Severino Araújo e Orquestra Tabajara, um documentário musical narrado por Rolando Boldrin, que resgata a história e a obra dos homenageados. Dirigido por Nico Prado, o programa recupera imagens históricas do artista. Também promove o encontro inédito de Jaime Araújo, Spok e Proveta, da Banda Mantiqueira. Eles falam sobre a importância de Severino para a música brasileira e interpretam três clássicos de autoria do maestro pernambucano: Relembrando o Norte, Espinha de bacalhau e Chorinho. Nesse mesmo ano é lançada a biografia “Orquestra Tabajara de Severino Araújo" , de autoria de Carlos Coraúcci.
     O legado e a grande contribuição de Severino Araújo para a música brasileira ficarão para sempre registrados. Como não poderia deixar de ser, o Blog CULTURA CABESOUND registra tambem aqui este justo tributo. Descanse em paz, Maestro!!!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

José Roberto Bertrami ( * 21 - 02 - 1946 / + 08 - 07 - 2012 )

J.R. Bertrami

     Mais um grande músico nos deixou nesse mês de julho e, como não poderia deixar de ser, o Blog CULTURA CABESOUND presta uma homenagem à este músico, que junto a Alex Malheiros e Ivan Conti “Mamão”, formou o AZYMUTH, um dos grupos musicais mais famosos e respeitados no Brasil e no mundo: O cantor e tecladista JOSÉ ROBERTO BERTRAMI.
     Nascido em Tatuí, interior de São Paulo, em 21 de fevereiro de 1946, iniciou carreira musical ainda nos anos 60. Junto a nomes como Marcio Montarroyos, Raul de Souza, Nonato Buzar e Regininha, além de Alexandre Malheiros, que seria seu futuro parceiro de AZYMUTH, formou A TURMA DA PILANTRAGEM, que ficou célebre com o lançamento da série de discos O SOM DA PILANTRAGEM, pela CBD/POLYDOR, entre os anos de 1968 e 1970.
     Com o fim das atividades da TURMA DA PILANTRAGEM, Bertrami e o baixista Alexandre Malheiros se juntam ao já renomado baterista Ivan Conti, mais conhecido como Mamão e formam o trio SELEÇÃO. Participam do festival PHONO 73, organizado pela PHONOGRAM e realizado no Palácio das Convenções do Anhembi (SP) como músicos de apoio. Paralelamente, Bertrami e seus parceiros de trio realizam vários trabalhos como músicos de estúdio.
     O trio, renomeado BERTRAMI E CONJUNTO AZIMUTE, lança em 1973 a Trilha Sonora do Filme O FABULOSO FITTIPALDI. Numa época em que não era comum o uso de sintetizadores, o conjunto se tornou célebre exatamente por, digamos, eletrificar o samba/jazz. O uso desses sintetizadores e teclados (os mais modernos da época) faziam uma atmosfera sonora original, com uma alta carga de improvisações e deu à eles muita credibilidade artística, atraindo admiradores fiéis.
     Em 1974, o BERTRAMI E CONJUNTO AZIMUTE foi contratado pela SOMLIVRE. O primeiro trabalho musical do trio registrado pela gravadora foi a faixa PELA CIDADE, composta por Bertrami e Alexandre Malheiros e que fez parte da Trilha Sonora Original da Novela O ESPIGÃO. O nome do trio é alterado simplesmente para AZYMUTH e, no ano seguinte lança o LP que os alça ao sucesso nacional: LINHA DO HORIZONTE. O disco é lançado inclusive no exterior, alcançando boa execução em varios países.
     Depois de um longo período de turnês pelo Brasil e também pelo exterior, o AZYMUTH lança em 1977 pelo recém criado selo WEA o LP ÁGUA NÃO COME MOSCA, que trouxe mais um grande sucesso: VÔO SOBRE O HORIZONTE. O sucesso do disco faz do AZYMUTH o primeiro grupo musical brasileiro a se apresentar no FESTIVAL DE JAZZ DE MONTREAUX, na Suiça. Lançam em 1979 o disco LIGHT AS A FEATHER, consolidando de vez a carreira do trio no exterior.
     Em 1988, o AZYMUTH entra para o GUINESS BOOK, quando o disco JAZZ CARNIVAL fica 1 ano inteiro na parada de sucessos Britânica. Nesse mesmo ano, Bertrami é substituido por Jota Moraes, retornando em 1990. O último disco lançado pelo trio foi AURORA, em 2011. Em carreira solo, José Roberto Bertrami lançou os discos BLUE WAVE (1983) e  ALL MY SONGS (1990), além da coletânea BLUE WAVE – DREAMS ARE REAL (1999).
     No último dia 08 de julho, depois de travar uma luta de 2 meses contra uma insuficiência hepática, José Roberto Betrami se foi. Seus companheiros de AZYMUTH Alex Malheiros e Mamão demonstraram toda a tristeza pela morte do parceiro na página do trio no FACEBOOK. Num trecho da homenagem, Mamão escreveu assim:
     “ "(...) Bastava apenas um olhar e sabíamos onde alcançar o vôo de novos sucessos pelo mundo. (...) Chegou a um ponto que nada nos separava. E de maneira nenhuma a sua maestria e sua amizade vai nos deixar... Foram 45 anos juntos. Eu e Alex, os seus eternos companheiros de Azymuth. Vá em paz. Vá com Deus."
     E assim, o Blog CULTURA CABESOUND presta essa singela homenagem à mais um de nossos grandes músicos. Descanse em paz, Bertrami!!!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Ed Lincoln ( * 31-05-1932 / + 16-07-2012)

Ed montagem3

     O Blog CULTURA CABESOUND volta às atividades numa semana em que infelizmente o Brasil perdeu mais um de seus “mestres” da música: ED LINCOLN.
     Mesmo com um pouco de atraso, resolvi fazer uma homenagem super especial, com uma montagem fotográfica feita por mim, que mostra a figura de ED LINCOLN nos últimos tempos, ao fundo a imagem do instrumento musical que consagrou a sua carreira: o Órgão Elétrico e, fotos das capas dos discos lançados nos seus quase 60 anos de carreira desse que foi considerado o REI DOS BAILES.
     Eduardo Lincoln Barbosa Sabóia nasceu em Fortaleza, Ceará, em 31 de maio de 1932. Trabalhou como revisor e redator do JORNAL DO POVO, em sua terra natal. Iniciou carreira musical tocando contrabaixo no conjunto da Boate Plaza, acompanhando entre outros Johnny Alf, Luiz Eça e Dick Farney. Logo Ed Lincoln passa a tocar piano, passando depois para o orgão elétrico, instrumento que o consagrou definitivamente. Em 1955 formou seu próprio conjunto e, entre os anos de 55 e 1958 atuou na Boate Drink. Foi o responsável pelos acompanhamentos musicais das gravações dos então iniciantes Claudette Soares e Baden Powell.
     Já com alguns discos de sucesso em seu currículo musical, Ed Lincoln é contratado pela MUSIDISC em 1960 onde, além de lançar seus discos ele assumiu a função de Diretor Musical. É nessa época que ele passa a ser considerado o Rei dos Bailes, ficando célebres suas apresentações nas Domingueiras Dançantes do Clube Monte Líbano e se torna um dos maiores vendedores de discos do país.
     Em 1963, Ed sofre um grave acidente automobilístico que o deixa afastado das atividades artísticas durante 7 meses, Eumir Deodato o subistituiu nos bailes desse período.
     Em 1968 funda o selo De Savoya e lança o que é considerado o primeiro disco independente do país.
     Em seu conjuntos atuaram como crooners, entre outros: Orlandivo, Toni Tornado, Silvio Cezar, Pedrinho Rodrigues e Emilio Santiago. Vários músicos de sucesso também fizeram história nos conjuntos de baile de Ed Lincoln: Durval Ferreira, Marcio Montarroyos, Luis Alves, Wilson das Neves, Paulinho Trompete e Celinho.
     Se afastou dos bailes na década de 70, passando a se dedicar mais aos trabalhos em estudio, incluindo jingles e trilhas sonoras, além de gravar músicas de sucesso na época, para serem lançadas sob pseudônimos como Orquestra Los Angeles e Orquestra Romance Tropical. Na década seguinte foi um dos primeiros músicos a se valer dos experimentos com música eletrônica e computadores, lançando inclusive em 1989 um LP todo gravado com um microcomputador Commodore 64. Sua música passou a ser reconhecida inclusive no exterior, sendo sampleadas nas pistas de dança. Seus discos, na época por aqui fora de catálogo, passaram a ser “pirateados” e comercializados na Europa. A música É O CIDE foi relançada numa versão para bailes Funk pela FURACÃO 2000.
     Em 2003, após 30 anos afastado dos palcos, Ed Lincoln se apresenta com seu conjunto no Centro Cultural Primeiro de Março numa série de shows do projeto “Sambalanço – A Bossa que correu o mundo”. No mesmo ano, se apresenta no show “Saudade fez um Samba”, no Centro Cultural Banco do Brasil.
     Em 2005, devido a problemas de saúde, principalmente à limitação dos movimentos corporais (herança do acidente automobilístico de 1963) se afasta definitivamente dos palcos, passando a residir em Petrópolis (RJ), mas não se afasta definitivamente da música, ainda gravado jingles publicitários e fazendo participações especiais em gravações, entre outros, de Marcelinho da Lua e Ed Motta. Em 2010, o cineasta Marcelo Almeida filmou o documentário "Ed Lincoln - O rei do sambalanço". Nesse mesmo ano, Emilio Santiago lança o CD SÓ DANÇO SAMBA, com músicas do repertório de seu “mestre”, com participação especial do próprio Ed Lincoln no pout-pourri ZUM ZUM ZUM / VOU RIR DE VOCÊ / NA ONDA DO BERIMBAU.
     Em 2011, graças a um bem cuidado trabalho de pesquisa de Rogério Fróes, toda a sua discografia Musidisc/De Savoya foi relançada num Box remasterizado, intitulado ED LINCOLN – O REI DOS BAILES, pelo selo Discobertas.
     Nessa segunda-feira, dia 16 de julho de 2012, após 10 dias internado, o mundo da música ficou sem ED LINCOLN.  Com certeza o céu ficará mais animado, embalado pelos bailes desse grande “mestre” da música. CULTURA CABESOUND registra aqui esta homenagem mais do que merecida. Descanse em paz, grande ED LINCOLN, você se foi, mas a sua música ainda embalará muitas festas por aí !!!   

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Mais uma ausência forçada…

     À todos os meus amigos do Blog CULTURA CABESOUND, estou devendo minhas sinceras desculpas por mais um período longo de falta de novas postagens.
     Todos os discos que posto aqui, exceção feita ao disco de Ronnie Von (A misteriosa luta…) são de minha própria coleção e, todos são cuidadosamente remasterizados para o formato digital por este que vos escreve. O primeiro computador que eu tinha e que comecei a usar para este trabalho teve a sua PLACA-MÃE queimada, era um computador não muito moderno, mas tinha memória RAM o suficiente para fazer as minhas postagens no Blog e os meus trabalhos de remasterização sem atropelos. Com a falta desta primeira máquina, passei a utilizar um computador POSITIVO FUTURA B17, modelo igual ao da foto abaixo:
Positivo Futura
    Este modelo de computador, com 256MB de memória RAM e HD de 40GB (que eu mesmo substituí por um HD de 160GB), que já se encontra a muito tempo fora do comércio, não é uma máquina ruim mas, está longe de ter a potência e a velocidade dos computadores atuais, que não saem das lojas com um mínimo de 2GB de memória RAM e 320GB de espaço de armazenagem de arquivos em HD. Mas, de qualquer forma, é este modelo de computador que estou usando e que desde o final de 2011 é a responsável pelos meus trabalhos em geral. Tenho que confessar que meus trabalhos de remasterização não foram afetados e, até apresentaram uma melhora na qualidade sonora em relação aos trabalhos mais antigos, aprendendo a usar novos plugins de áudio e estudando novas maneiras de usar os mesmos programas que eu usava no outro computador. Mas, no início desse mês, a PLACA DE SOM desta máquina resolveu literalmente me deixar “na mão”, ou seja, parou de funcionar, me impedindo assim de preparar novas postagens até este momento em que escrevo esta justificativa. Além disso tudo, a troca da internet de minha casa me impediu de postar homenagens à grandes artistas brasileiros, que nos deixaram órfãos de seus talentos culturais entre os meses de abril e maio. Nomes como JORGE GOULART, ADEMILDE FONSECA, CHICO ANYSIO, DICRÓ, JOÃO MINEIRO (da dupla com MARCIANO) e TINOCO (da dupla com TONICO) não tiveram as devidas postagens em nossa categoria SAUDADE, mas com certeza foram lembrados de coração por este que vos escreve e por todo o público brasileiro por toda a contribuição cultural que cada um desses nomes deram ao nosso país.
     Outra coisa que fiquei devendo foi uma postagem sobre a 5ª FEIRA DO VINIL DO RJ. Ao invés de postar fotos como nas vezes anteriores, gravei o evento em vídeo no meu celular. Todo o trabalho de conversão e edição desse vídeo para um formato que possa ser enviado para o meu canal no YOUTUBE e posteriormente exibido também aqui no Blog está em atraso devido a toda essa questão da pouca memória RAM do meu atual computador, mas espero dentro em breve estar mostrando esse trabalho aqui para vocês.
     Bom, como estou em vias de resolver esse atual problema com o áudio do computador espero muito em breve trazer novas postagens para o Blog CULTURA CABESOUND e, quem sabe, sem novas longas ausências como essa, pois o que mais gosto de fazer é compartilhar desse meu gosto musical com todos os meus amigos do Brasil e do mundo, incluindo você que nesse momento lê esse texto. Como diz a letra do samba de Sombrinha, Arlindo Cruz e Luiz Carlos da Vila: O SHOW TEM QUE CONTINUAR… e, se DEUS quiser continuará!!!

terça-feira, 1 de maio de 2012

Pe. Zezinho SCJ – Histórias que eu conto e canto… músicas para quem medita (Edições Paulinas Discos – 1974)

Pe Zezinho 1974
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Link reativado em 23/04/15
 
     A muito tempo que eu não fazia postagens de conteúdo cristão no BLOG CULTURA CABESOUND. Resolvi então fazer a primeira postagem voltada ao público católico, provando mais uma vez que existe espaço aqui para a música de todos os estilos e vertentes e, também para a música Cristã, seja ela Evangélica ou Católica. E a postagem de hoje é especialíssima, pois é um lp original de um dos líderes religiosos mais reconhecidos e respeitados no Brasil e no mundo e, considerado o pioneiro, dentro do Catolicismo, no uso da música e dos meios de comunicação como instrumentos de evangelização: Padre Zezinho.
     José Fernandes de Oliveira nasceu em Machado (MG) em 08 de junho de 1941. Filho de Fernando e Valdevina Oliveira, era o caçula de 6 irmãos. A família era simples, mas sempre soube transmitir os passos da fé, o respeito pelo trabalho, dedicação aos estudos e o gosto pela música. Sr Fernando, o pai, media terras, transportava o gado e nas horas vagas dedilhava canções em sua viola. E, foi em um desses transportes de gado que ele sofreu um acidente que o causou uma séria lesão na coluna, que o deixou paraplégico. Com a impossibilidade do patriarca da família trabalhar, as dívidas foram aumentando, o que causou a venda do pouco que a família possuia para quitar essas dívidas. A solução encontrada para solucionar os problemas financeiros foi a mudança para a cidade de Taubaté (SP), onde existia uma fábrica onde os três filhos mais velhos poderiam trabalhar para ajudar no sustento. A caridade de amigos e vizinhos também foi importante nesse período de dificuldades.
     Aos 7 anos, Zezinho se tornou Coroinha e aos 9 anos viu um de seus irmãos entrar para o seminário da Congregação do Sagrado Coração de Jesus (SCJ) em Taubaté. Cada vez mais a chama sacerdotal ia se acendendo na vida de Zezinho. Aconselhado pelo irmão, que voltou do seminário, Zezinho manteve firme sua vocação sacerdotal. Vários anos de formação intelectual se passaram, seja nos seminários de Lavras (MG) ou de Corupá (SC) e, ao contrário de muitos adolescentes que desistem da vocação por saudades da família, Zezinho seguiu firme a sua caminhada. A música também passou a ser companheira constante: ainda no seminário, aprendeu a tocar Órgão e aprimorou seus conhecimentos musicais com as aulas do Padre Germano Better, alemão de formação clássica, onde também aprendeu canto lírico. Sempre se enturmou com facilidade e, sempre mostrou uma postura de líder. Foi então se formando a faceta seminarista, pois tinha grande facilidade de comunicar-se com os mais jovens. Seus superiores decidiram então por enviar Zezinho aos EUA, onde pôde se aperfeiçoar na doutrina cristã durante 4 anos. Aos 25 anos, foi ordenado Padre.
     De volta ao Brasil, o já Padre Zezinho, SCJ, iniciou suas atividades pastorais na Paróquia São Judas Tadeu, no bairro do Jabaquara (SP), ao mesmo tempo em que começava a colocar em prática seus conhecimentos musicais escrevendo suas primeiras canções, com o intuito simplesmente de usá-las nas missas. Para atrair cada vez mais jovens para a igreja, Pe Zezinho fez uso da música e do teatro na igreja onde pastoreava. Não apenas atraiu os jovens, mas atraiu pessoas de outros bairros e cidades, mas também a ira de setores mais conservadores da igreja católica, mas, aos poucos essa “ira” foi se transformando em respeito e admiração. Nesse período, cerca de 14 mil jovens ficaram aos seus cuidados.
     Corria o ano de 1968 quando, numa dessas revolucionárias missas dominicais, onde Pe Zezinho cantava suas próprias canções, acompanhado além de violões, por guitarra elétrica e Teclados e, também pela sua já grande legião de seguidores fiéis, recebeu a visita de irmã Maria Nogueira, então Diretora das Edições Paulinas Discos. Lá ela pôde constatar que aquele jovem Padre, recém chegado dos EUA, tinha uma bela voz e compunha muito bem. Foi então, que em 1969, Pe Zezinho SCJ se tornou o primeiro padre a ter um disco gravado: o compacto  CANÇÃO DA AMIZADE. Foi a partir de então, que aquelas canções, feitas simplesmente para serem usadas nas missas dominicais, foram se tornando sucesso no país inteiro e também no mundo. A voz e a música de Pe Zezinho SCJ se tornaram referência e, são admiradas não apenas no meio católico, mas em todos os segmentos.
     Do fim dos anos 60 até a metade dos anos 70 o país vivia o período turbulento da Ditadura Militar, onde a censura em todos os meios de comunicação imperava. Nem o próprio Pe Zezinho ficou imune: várias de suas canções, com letras de protesto e politizadas, foram censuradas, nenhuma delas, entertanto, nunca deixaram de ser entoadas a plenos pulmões nas igrejas. Um dos lp’s de Pe Zezinho chegou a ter 11 de suas 12 canções censuradas. Pe Zezinho também passou um período exilado por 6 meses na Itália e na Espanha.
     Professor; Comunicador, com vários programas de rádio em sua trajetória; Escritor, com vários livros lançados em várias línguas e muitos se tornando verdadeiros BEST SELLERS; Principalmente, pioneiro dos Padres-Cantores, com centenas de discos lançados no Brasil e no Exterior, com milhões de cópias vendidas… esse é um resumo de toda a belíssima trajetória de vida e obra de Pe Zezinho SCJ, de 46 anos de Sacerdócio retratada aqui no BLOG CULTURA CABESOUND e, representada pelo lp HISTÓRIAS QUE CONTO E CANTO, lançado em 1974, que trouxe entre outras belas canções os clássicos da música cristã AMAR COMO JESUS AMOU e MARIA DE NAZARÉ. Um belo presente aos amigos, que gostam da boa música e que me dão a alegria da visita à essa humilde página.

Dados do disco:

Intérprete: Pe Zezinho SCJ e Coro
Participação Especial de: Marion
Letras e Músicas: Pe Zezinho SCJ
Arranjos: Maestro Wilson Mauro e Wilma Camargo
Direção Geral: C. Nogueira FSP.

Músicas:

Lado 1:
01- Distração
02- Balada por um velho amigo
03- De novo penso em Deus
04- Hoje é domingo
05- Jesus Cristo me deixou inquieto

Lado 2:
01- Amar como Jesus amou
02- Maria de Nazaré
03- Teoria
04- A juventude é uma semente
05- Balada por um reino