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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Lucho Gatica – El gran Gatica ! (Odeon – 1958)



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Link reativado em 13/06/2015
  
     O Blog Cultura Cabesound abre seu espaço musical nesse momento para uma autêntica Lenda-Viva da música latina: LUCHO GATICA, o Rei do Bolero.
     Luis Henrique Silva Gatica nasceu no Chile, no distrito de Población Rubio de Rancagua em 11 de agosto de 1928, foi o quinto de uma família de 6 irmãos (5 homens e 1 mulher). O pai, José Agustin morreu quando Lucho tinha 3 anos e a mãe, Juana, passou a sustentar sozinha a família, a base de muita luta e sacrifício. A música sempre acompanhou a jornada da família e Arturo, um dos irmãos, foi o primeiro a se lançar como cantor profissional. Dono de uma maravilhosa voz de barítono, Arturo conseguiu popularidade no país, com suas interpretações, gravadas na Odeon, sendo muito executadas nas rádios e casas noturnas. Enquanto isso, Luis Henrique, o irmão mais novo, apelidado de “Pitico”, estudava e silenciosamente alimentava o sonho de ser um cantor famoso como seu irmão mais velho. Se formou técnico de próteses dentárias, mas o que Luis Henrique almejava mesmo era uma carreira musical. Conhecedor do talento do irmão mais novo, Arturo se tornou seu principal incentivador e promoveu a estréia profissional do irmão no Teatro Apollo, localizado na cidade natal da família.
     As primeiras gravações de Luis Henrique foram como segunda voz para o irmão Arturo. A primeira gravação, uma música folclórica chilena, não teve repercussão, mas outras belas melodias como por exemplo “Tu que vas vendiendo flores”, "La Partida" e "El Martirio” começaram a despertar a atenção das rádios e do público para o jovem Luis Henrique, mas ao mesmo tempo existia uma certa crítica por um cantor tão jovem escolher um repertório de boleros populares que eram considerados “sensuais demais” para a sua idade. Mas a caminhada para a fama seguia forte, seja em apresentações com o irmão Arturo, seja em apresentações solo. Sua apresentação com Arturo na poderosa Radio Minería foi coberta de críticas positivas, levando a dupla a se apresentar no programa "Las Estrellas Se Reúnen", um dos mais populares do país, apresentado por Raul Matas. Nesse programa, um dos apresentadores se referiu a Luis Henrique erradamente como “Lucho”, só que o erro no nome acabou fazendo com que todos o chamassem por “Lucho”, acontecendo alí mesmo o batismo artístico daquele jovem que se tornaria mais tarde uma referência mundial na música: Lucho Gatica. A partir daí a carreira solo engrena de vez e ele permanece como solista do mesmo programa durante 4 anos seguidos. Foi essa maturidade artística alcançada no rádio que fez com que o jovem Lucho Gatica convencesse os produtores da Odeon a gravar boleros com a sua voz. As primeiras gravações incluiram “Contigo en la distancia”, “Nosotros” e “ Sinceridad”. Foi unânime entre todos no estúdio de gravação que alí estava nascendo “A voz masculina definitiva” para um estilo musical que ainda não havia encontrado um intérprete a altura. O sucesso finalmente lhe bateu a porta.
     Em 1954 fez sua primeira excursão ao exterior se apresentando em Buenos Aires como solista da Orquestra de Roberto Inglés, provocando uma histeria coletiva, principalmente no público feminino (a terra do tango se rendia a partir de então ao bolero). Seguiram-se então excursões ao Uruguai e ao Brasil com grande repercussão, antes de atravessar o Atlântico e fazer apresentações de sucesso na rádio BBC de Londres, apresentações essas que levaram a Parlophone, subsidiária da EMI inglesa, a chamar Lucho Gatica para gravar em seus estúdios. Sua interpretação para “Besame Mucho” se tornou um sucesso mundial, essa música já havia sido gravada outras vezes por outros intérpretes diferentes nos anos 40, mas nenhuma dessas interpretações alcançaram a repercussão da interpretação de Lucho Gatica, considerada até hoje como a definitiva. A gravação de Lucho serviu de referência para um certo quarteto de Liverpool e a música foi interpretada na primeira seção de gravação do quarteto na mesma Parlophone 8 anos após a gravação de Lucho Gatica, quem era o quarteto? The Beatles. A partir do lançamento de Besame Mucho, o sucesso de Lucho Gatica se expandiu pelo mundo, alcançando toda a Europa com sucessos como “La barca”, “El reloj”, “La puerta”, “Nueva mia”, “Encadenados” e “No me platiques mas”, todas numero 1 nas paradas de sucesso e todas se tornariam canções imortais para ouvintes de todas as gerações. 
     Nos anos seguintes mais sucesso, locais de shows lotados  e mais histeria onde quer que fosse se apresentar, atuações em filmes e todas as mulheres do mundo querendo ser a Sra Gatica, boatos de possíveis romances com celebridades como as atrizes Ava Gardner e Carmen Sevilha foram espalhados pela imprensa em geral, boatos esses logo desmentidos pelo próprio Lucho Gatica, mas ele até gostava de manter uma certa fama de conquistador e isso gerava ainda mais admiração do público feminino e a fama de “Playboy Internacional”, com uma noiva em cada canto do planeta. Mas essa fama de “Playboy internacional” deu lugar ao status de homem casado em 1960, quando o mundo, principalmente suas fãs foram surpreendidas com a notícia do casamento de Lucho Gatica com a bela atriz Mapita Cortéz, primeira de suas 3 uniões.
     Em todas as partes do mundo em que se apresentava, Gatica recebia honrarias de autênticos chefes de estado, mas nada se comparou a sua chegada a Espanha em 1959, onde no aeroporto de Barajas cerca de 5.000 fãs  o receberam em êxtase e em estado de histeria, exibindo faixas e cartazes com fotos com desejos de boas vindas. Na saída do aeroporto outros milhares de fãs se aglomeravam nas ruas para saudar o ídolo musical, que desfilou acenando de um carro conversível visivelmente emocionado com tamanho carinho, um momento que ele jamais esqueceu.
     O sucesso nos EUA não tardou a acontecer. Seus discos foram editados pela Capitol Records para lançamento no país e o sucesso de vendas tornou Gatica um dos primeiros cantores latino americanos a conseguir quebrar a barreira do idioma espanhol no país. Em 1962, após uma turnê nas Filipinas, onde reuniu apenas em um concerto a impressionante marca de 160.000 fãs no Coliseu Araneta, Lucho Gatica seguiu rumo à Nova York onde fez várias apresentações no conceituado Carneggie Hall, acompanhado pela Orquestra de Lalo Schifrin e também se apresentou no famoso programa de TV Ed Sullivan Show. O mundo se rendeu de vez ao talento e carisma de Lucho Gatica.
     Em toda a sua carreira recebeu homenagens e prêmios dos mais diversos em cada país que visitou, cito como alguns dos mais importantes momentos o Grammy Latino que recebeu pelo conjunto de sua obra e a estrela que o tornou um imortal da Calçada da Fama em Hollywood, ambos no ano de 2008. Alguns anos antes, em 1996, a HBO produziu um tribulo especial gravado ao vivo no James Knight Center de Miami, com a participação de Julio Iglesias, Célia Cruz, Monna Bell e Luis Miguel, entre outros. Lucho Gatica cantou em dueto com todos, num especial de 2 horas de duração.
     Em quase 60 anos de carreira, Lucho Gatica até hoje inspira gerações e gerações com sua voz aveludada e suas interpretações incomparáveis e não poderia de forma alguma ficar de fora do Blog Cultura Cabesound. O disco que trago aquí foi talvez o primeiro registro em longa duração de Lucho Gatica no Brasil, uma especie de coletânea de alguns sucessos lançados até aquele período, com gravações feitas no Chile e no Mexico, é uma bela amostra de todo talento desse grande artista. Esse é mais um presente do Blog Cultura Cabesound!!!

Músicas

Lado 1:
01- Somos (Mario Cravell)
02- Si me comprendieras (José Antonio Méndez)
03- No se que pasa conmigo (Raúl Tobón – R.López Gali)
04- El reloj (Roberto Cantoral)
05- La barca (Roberto Cantoral)
06- Sabra Dios (Alvaro Carrillo)

Faixas 01 a 05 com Orquestra de José Sabre Marroquin
Faixa 06 com Orquestra de Vicente Bianchi

Lado 2:
01- Tu me acostumbraste (Frank Dominguez)
02- Hoy como ayer (Pedro Vega)
03- Que seas feliz (Consuelo Velázquez)
04- Encadenados (Carlos Arturo Bris)
05- Cada vez mas (René Touzet)
06- Amor secreto (Gustavo Prado)

Faixas 01 a 05 com Orquestra de José Sabre Marroquin
Faixa 06 com Los Pelegrinos.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Enchentes na região serrana do RJ

Enchente Nova Friburgo

 

     Mais uma vez coloco as postagens musicais um pouco de lado, dessa vez para, mesmo sendo “uma gota no oceano” prestar a minha solidariedade à toda região serrana do RJ, que está passando por momentos realmente delicadíssimos causados pelas chuvas. Enchentes nunca antes vistas, deslizamento de terras, moradias destruídas e milhares de pessoas desabrigadas, sem contar as várias tantas outras pessoas que perderam a vida em soterramentos e correntezas violentas. Nova Friburgo é uma das cidades que mais sofreram, a foto acima é apenas um pequeno exemplo de toda essa situação.

     Aproveito esse espaço aqui para pedir à você, que tanta alegria tem me dado ao prestigiar o Blog que, se for possível, contribua da maneira que for para pelo menos amenizar o sofrimento de milhares de pessoas que estão passando por esse momento tão difícil. Pela internet afora estão alguns dados para doações em dinheiro para as vítimas das enchentes, mas aquí no Blog resolví indicar alguns endereços para doações de roupas, calçados, agasalhos, alimentos não-perecíveis e medicamentos. Você que mora no RJ pode efetuar doações nos seguintes locais:

 

*Polícia Militar: Todos os batalhões da Polícia Militar. Também estão funcionando com centros de doações de sangue para as vítimas. Aceitam doações de água mineral e alimentos não-perecíveis, além de material de higiêne pessoal.
*Cruz Vermelha: está recebendo água mineral, alimentos de pronto consumo (massas e sopas desidratadas, biscoitos, cereais), leite em pó, colchões, roupa de cama e de banho e cobertores. A entidade abriu uma conta para receber doações em dinheiro (Banco Real Ag. 0201 c/c 1793928-5).
*Doações na Rodoviária Novo Rio: As doações para a Cruz Vermelha estão sendo recebidas no piso de embarque inferior, das 9h às 17h.

*NFINITY MOTO CAR - Av. 24 de Maio, 389 -Bairro Riachuelo / RJ.
Fábio Lobão. 78302837 ID 8*15395.

Esses são apenas alguns locais que destaquei. Para saber mais acesse:
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/01/13/saiba-onde-fazer-doacoes-para-as-vitimas-das-chuvas-na-regiao-serrana-do-rio-923493209.asp

 

     Vamos fazer a nossa parte!!!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Amelinha – Frevo mulher (CBS – 1979)

Frevo Mulher
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Link reativado em 02/04/2015

      A algum tempo atrás prometí aquí mesmo no Blog colocar uma postagem sobre o “Pessoal do Ceará”, mas o tempo foi passando, outras postagens sendo colocadas e nada também de conseguir um espaço de tempo para pesquisar sobre o assunto. Mas, ao mesmo tempo me surgiu essa vontade de abrir espaço no Blog para uma das artistas que faziam parte dessa manifestação artística e cultural descrita acima e também é uma das minhas intérpretes favoritas e que hoje em dia está injustamente afastada da grande mídia: AMELINHA.
     Amélia Claudia Garcia Colares nasceu em Fortaleza, em 21 de julho de 1950. Curiosamente, não demonstrou talentos artísticos na infância e nem na adolescência, mas foi durante o período em que foi aluna da Universidade Federal do Ceara que Amelinha iniciou seu interesse pela música: em reuniões no Diretório Acadêmico do Curso de Arquitetura com outros alunos, artistas e intelectuais, reuniões essas que varavam as noites com debates sobre o futuro intelectual do país e discussões sobre as emergentes questões nacionais; mas, nem só de discussões e debates viviam essas reuniões, pois a poesia e a música corriam nas veias de vários desses jovens, que alguns anos depois se tornariam referências no meio artístico do país; nomes como Ednardo, Fausto Nilo, Belchior, Raimundo Fagner, entre muitos outros faziam parte dessas reuniões (O Pessoal do Ceará). Amelinha estava nesse meio e bebeu dessa fonte.
     Em 1970 Amelinha deixou o Ceará para estudar Comunicação em São Paulo, mas também para “desenvolver suas potencialidades vivendo sozinha”. Iniciou carreira artística de forma amadora,  participando dos shows de seu colega e conterrâneo Fagner. Em 1974 decidiu definitivamente que o seu futuro seria musical e começou a aparecer em programas de televisão. No ano seguinte recebeu um convite de Vinicius de Morais e Toquinho para fazer uma temporada de shows com eles em Punta Del Leste. Amelinha tinha realmente talento, mas era muito tímida no palco. Toquinho a ajudou a perder a timidez dizendo: “- Bichinha, cante como você canta na janela de casa!” Foi para ela que Vinícius compôs “Ah! Quem me dera”. Em 1977, lançou seu primeiro LP, intitulado “Flor da Paisagem”, produzido por Fagner. No ano seguinte decidiu se mudar para o Rio de Janeiro. Ficou fascinada pelas músicas de Zé Ramalho, que na época havia lançado seu primeiro LP, com sucessos como “Vila do Sossego” e “ Avohai”. Amelinha vai à um show de Zé e, na visita ao camarim descobriu que ele também é seu fã. Troca de tietagens a parte, Amelinha recebeu o pedido de Zé para tocar em seu próximo disco, pedido este prontamente aceito. Nesse meio tempo Zé Ramalho compôs duas canções especialmente para Amelinha: “Galope razante” e principalmente “Frevo mulher”, que se tornou a faixa título do disco que começou a ser gravado no final daquele ano. Amelinha e Zé Ramalho não demoraram a iniciar um relacionamento amoroso que durou 5 anos. Tiveram dois filhos: João, hoje com 32 anos, e Maria, hoje com 30 anos.
     Frevo mulher, produzido por Carlos Alberto Sion, foi lançado no início de 1979. O sucesso do disco e principalmente da faixa título rendeu à Amelinha um Disco de Ouro, pela vendagem de mais de 100.000 cópias, mas, a verdadeira consagração viria no ano seguinte, quando a canção “Foi Deus que fez você”, composta por Luiz Ramalho e interpretada por Amelinha no festival MPB 80, da Rede Globo de Televisão, foi classificada entre as finalistas. Nesse evento, Amelinha foi acompanhada em uníssono por um Maracanãzinho lotado e a canção se classificou em segundo lugar. A música foi uma das mais executadas naquele ano e o compacto vendeu mais de 1 milhão de cópias. Daí por diante já é um capítulo a parte…
     O Blog Cultura Cabesound apresenta aquí exatamente FREVO MULHER, segundo LP da carreira de Amelinha, que foi um sucesso na época do lançamento, que chegou a ser relançado em CD a alguns anos atrás na série Autêntico, e na série Mitos e Músicas (Duplo, juntamente com MULHER NOVA, BONITA E CARINHOSA, FAZ O HOMEM GEMER SEM SENTIR DOR) da Sony Music, mas que hoje inexplicavelmente se encontra fora de catálogo comercial. O disco é até hoje considerado como um dos melhores da MPB de todos os tempos. Destaco entre todas as belíssimas faixas desse disco dois momentos sensivelmente poéticos: “Dia branco”, composição de Geraldo Azevedo e Rocha, aquí na sua melhor interpretação e “Que me venha esse homem”, rara mas bem sucedida letra de Bruna Lombardi, musicada por David Tygel, sensual sem ser apelativa.
     É esse grande momento de nossa música que deixo aquí de presente para você, que me dá a alegria de prestigiar o Blog Cultura Cabesound e é também uma forma de homenagear Amelinha, essa grande intérprete que, se hoje está esquecida pela grande mídia, está guardada a 7 chaves no coração de seus fiéis e verdadeiros fãs.
Dados do disco:
Direção Artística: Jairo Pires
Direção de Produção e Estúdio: Carlos Alberto Sion
Produção Musical: Carlos Alberto Sion
Técnico de Gravação: Carlos Signorelli
Auxiliares: Gilberto Peninha e Silvino Xavier
Mixagem: Carlos Signorelli e Eugenio Carvalho
Montagem: Alencar
Este disco foi gravado e mixado nos Estúdios Haway, RJ no final de 1978, para lançamento em 1979 e para acontecer além de 1980).
Design & Photos: Paulo Klein
Arte: Carlos E.M. de Lacerda
Direção de Arte: Géu
Músicas
Lado 1:
01- Frevo mulher (Zé Ramalho)
02- Santa Tereza (Raimundo Fagner – Abel Silva)
03- Dia branco (Geraldo Azevedo – Rocha)
04- Galope razante (Zé Ramalho)
05- Divindade (Walter Franco)
Lado 2:
01- Que me venha esse homem (David Tygel – Bruna Lombardi)
02- Coito das araras (Kátia de França)
03- Dez mil dias (Paulo Machado)
04- Noites de cetim (Herman Torres – Sérgio Natureza)
05- Pedaço de canção (Moraes Moreira – Fausto Nilo)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Joni James – 100 Strings & Joni in Hollywood “Joni James no cinema” (Musidisc/MGM – 1960).

Joni James

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Link reativado em 02/04/15

      Peço desculpas à Srª Joni James porque…
 
     Sou um amante da boa música mas não sou um expert, ou seja, ainda tenho muito o que conhecer e ainda muito o que pesquisar sobre o assunto. Quando resolví idealizar e colocar esse Blog no ar foi para demonstrar de forma sincera para você, que está nesse momento lendo esse texto, que meu amor pela música não é “fogo de palha” e que quando gostamos de verdade de um trabalho (hoje em dia chamo tudo o que faço relacionado a música de trabalho) a gente faz com carinho e capricho e conseguimos passar isso para quem tem acesso a esse trabalho. Depois de 2 anos e 3 meses, pois foi exatamente no dia 23 de setembro de 2008 que coloquei o Blog Cultura Cabesound “no ar” (na época se chamava Cabesound 2008) vejo que esse “trabalho” está realmente rendendo frutos, modestos para alguns, mas para mim maravilhosos.
     Nessa primeira postagem de 2011 iniciei pedindo desculpas à Srª Joni James… e por que? Porque apenas a partir de 2010 passei a conhecer essa maravilhosa cantora, e foi de forma inesperada e confesso que até “de olhos fechados” pois adquiri esse 100 STRINGS & JONI IN HOLLYWOOD exatamente pelo seu repertório em sí e não por conhecer a intérprete. E fiquei simplesmente maravilhado ao ouvi-lo pela primeira vez, pois me deparei com uma das mais belas e afinadas vozes de todos os tempos. Aí comecei a pesquisar sobre ela e o resultado está aquí nessa biografia que apresento:

    Descendente de italianos, Giovanna Carmella Babbo nasceu em Illinois, Chicago (EUA) em 22 de setembro de 1930. Aos 14 anos já fazia parte dos cantos gregorianos do coral da escola em que frequentava. Quando terminava o dia de aula trabalhava em uma confeitaria. De um salário semanal de 8 dólares, metade era usada para ajudar nas despesas da família e a outra metade era empregada em aulas de dança, pois seu sonho era um dia se tornar bailarina. Quando terminou o curso escolar ela pôde se dedicar com mais afinco a dança e começar a concretizar seu sonho em um pequeno Night Club de Chicago. Quando tudo levava a crer que a carreira de dançarina iria ser desenvolvida com sucesso, pois até um contrato foi assinado com o estabelecimento, uma apendicite a obrigou abandonar a dança. Só restou à jovem Giovanna a única coisa que ela sabia fazer além da dança para cumprir esse contrato: cantar. Um repertório foi montado com a ajuda de um amigo também cantor e as apresentações no Night Club se sucederam com tamanho sucesso que logo a jovem Giovanna já aparecia na televisão local em um programa noturno interpretando Jingles comerciais. Em pouco tempo essas aparições comerciais se tornaram um show a parte e ela passou a se apresentar no programa como cantora popular, despertando a atenção da gravadora MGM Records, que a contratou em 1952, já devidamente renomeada Joni James, para a gravação de um 78 RPM intitulado “Why don’t believe me?”. O disco vendeu cerca de 1 milhão de cópias e suas vendas continuaram em uma crescente. Os sucessos em 78 RPM e LP’s se sucederam e Joni James passou a ser considerada a “Cinderela Americana”. Casou-se em 1956 na Catedral de St. Patrick, em Nova York, com o maestro e compositor Tony Acquaviva. Joni se tornou a primeira voz feminina a gravar no Abbey Road Estudios e uma das primeiras a se valer do efeito estereofônico nas gravações. Em 1965 chegou a gravar um LP se valendo do sucesso da Bossa Nova no mundo, intitulado JONI SWING SWEET / BOSSA NOVA STYLE. Esse disco foi gravado quando Tony Acquaviva enfrentava problemas de saúde e, então Joni decidiu interromper a carreira para cuidar da saúde do marido, que veio a falecer em 1986. Conheceu neste mesmo ano o general Bernard Adolph Schriever, que foi líder do programa de choque americano, que desenvolveu mísseis balísticos. Joni e Bernard oficializaram a união em 1997, quando o general já havia se aposentado da Aeronáutica. Bernard morreu em 2005, aos 94 anos de idade.
     Em 1990, 4 anos após a morte de Acquaviva, Joni James retomou a carreira artística com turnês e novas gravações. Por suas contribuições com a indústria do entretenimento, Joni tem sua merecida estrela na Calçada da Fama, em Hollywood, cidade que em 1960, com seu mais  famoso complexo cinematográfico, o Metro Goldwyn Mayer (MGM), serviu de inspiração para o maestro Acquaviva produzir esse LP que apresento agora aquí no Blog Cultura Cabesound, que impressiona não apenas pelo repertório, mas também pela ótima qualidade sonora (não mexí em muita coisa na passagem para o digital, são percebidos até alguns raros estalos, que não foram possíveis de eliminar). Acquaviva dizia: “- Se a voz de Joni é comparada ao som dos violinos, por que não produzir um disco de Joni acompanhada por uma grande orquestra de cordas?” E o que se produziu foi esse belíssimo LP com repertório focado nas grandes trilhas sonoras do cinema, como vc poderá conferir no repertório abaixo relacionado, tudo isso embalado na voz magnífica de Joni James. Espero depois disso ter minhas desculpas aceitas. Nunca é tarde para se conhecer tamanho talento. Se vc também não conhecia Joni James, esta é a oportunidade. Se já conhecia a tempos e admira essa voz belíssima reviva momentos sublimes com estas canções.
     Mais um presente especial do Blog Cultura Cabesound!!!

Supervisão Musical de Tony Acquaviva
Músicas
Lado 1:
01- Tammy – Do filme “Flor do pântano” (Livingston – Evans)
02-  True love – Do filme “Alta sociedade” (Cole Porter)
03- I’ll never stop loving you – Do filme “Ama-me ou esquece-me” (Brodszky – Cahn)
04- It’s easy to remember – Do filme “Aventureiro do Mississipi” (Rodgers – Hart)
05- Over the rainbow – Do filme “O mágico de Oz” (Arlem – Harburg)
06- Around the world – Do filme “Volta ao mundo em 80 dias” (Adamson – Young)

Lado 2:
01- I can’t begin to tell you – Do filme “As irmãs Dolly” (Monaco – Gordon)
02- Secret love – Do filme “Jane Calamidade” (Fain – Webster)
03- Three coins in the fountain – Do filme “A fonte dos desejos” (Styne – Cahn)
04- The boy next door – Do filme “Agora seremos felizes” (Blane – Martin)
05- Dancing on the ceiling – Do filme “Sempre viva” (Rodgers – Hart)
06- An affair to remember – Do filme “Tarde demais para esquecer” (Adamson – McCarey – Warren)