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terça-feira, 23 de março de 2010

Maria Creuza (RGE - 1972)




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Link atualizado em 31/03/15

     Ainda na Argentina, Maria Creuza gravou esse belo disco homônimo que foi lançado aquí no Brasil pouco tempo depois do sucesso do LP EU SEI QUE VOU TE AMAR. Para mim esse disco é o SUPRA-SUMO da carreira da cantora. A interpretação de "Eu e a brisa" é fenomenal, o mesmo posso dizer de "Foi a noite" e "De onde vens". Sensacional!!!

Músicas:

Lado 1:

01 - De onde vens (Dori Caymmi - Nelson Motta)
02- Você já foi à Bahia (Dorival Caymmi)
03- Eu e a brisa (Johnny Alf)
04- Queixas (Antonio Carlos e Jocafi)
05- João Valentão (Dorival Caymmi)
06- Mas que doidice (Antonio Carlos - Jocafi)

Lado 2:

01- Osain (Antonio Carlos - Jocafi - J. Tavares)
02- Foi a noite (A.C. Jobim - N.Mendonça)
03- Morena flor (Vinicius - Toquinho)
04- Carinhoso (Pixinguinha - De barro)
05- Insensatez (Jobim - Vinicius)
06- Você abusou (Antonio Carlos - Jocafi)

sexta-feira, 19 de março de 2010

Nino, o italianinho (Copacabana – 1969)


Nino

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 Link atualizado em 03/04/15

     Aqui vai meu primeiro post relacionado às novelas televisivas brasileiras. Escolhí como ponto de partida a novela "Nino, o italianinho".
     Foi produzida pela TV Tupi e apresentada de maio de 1969 a julho de 1970, às 19h. Foi escrita por Geraldo Vietri e Walter Negrão e dirigida por Geraldo Vietri. A história se passa numa vila do bairro do Bexiga, SP, Lá mora o açougueiro Nino (Juca de Oliveira), um imigrante italiano de muito bom coração e apaixonado por Nathália (Bibi Vogel), uma ambiciosa mulher que tenta se aproximar de seu rico patrão Renato (Wilson Fragoso). O interesse de Nathália por outro homem faz despertar em Nino o verdadeiro amor ao conhecer a humilde vizinha Branca (Aracy Barabanian), que tem um defeito em uma das pernas e já é apaixonada por Nino a tempos.


     Foi talvez a primeira novela "exportada", sendo produzida e exibida também no Peru e na Argentina, com grande sucesso. Juca de Oliveira se tornou o galã nº 1 da televisão graças a sua atuação na novela.
     Uma curiosidade: No humorístico SAI DE BAIXO, da Rede Globo, Miguel Falabella em momentos de improviso brincava com Aracy Barabanian, sempre citando a atuação da atriz em Nino dizendo: "- Ela mancava!".
     A trilha sonora que trago aquí é quase toda interpretada por parte do elenco da novela, exceção feita à 2 músicas compostas e interpretadas por um cantor estreante, mas que se tornaria alguns anos depois um dos maiores sucessos de nossa música: Benito di Paula. “Canção para o nosso amor” era LADO B de seu primeiro compacto lançado ainda em 1968 e “Nino” foi composta especialmente para a novela, ganhando versão em italiano de Dimas Coutinho. Para relembrar!!!

Dados do disco:

Produção fonográfica: Som Indústria e Comércio S/A.
Coordenador de produção: Salatiel Coelho
Direção artística: Paulo Rocco
Arranjos e regência: Maestro Élcio Tavares
Técnicos de gravação: Renaldo Maziero e Milton Rodrigues
Mixagem: Rogério Gauss
Corte da matriz: Rogério Gauss e Waldemar Lacerda
Engenheiro de som: Carlos de Assis Moura
Foto da capa: Lael
Lay-out/Arte final: H. Moura Neto

Músicas

Lado 1:
01- A última palavra “La ultima parola” (Guardabassi – Chiaramello – Adaptação: Juca de Oliveira) com JUCA DE OLIVEIRA
02- Vivremo lámore (Gian Carlo) com GIAN CARLO
03- Os pensamentos teus “The windmills of your mind” (M. Legrand – M.A. Bergman – Versão: Alf Soares) com WILSON FRAGOSO
04- Casaco marrom (Danilo Caymmi – Renato Corrêa – Gutemberg Guarabira) com OLIVIA CAMARGO
05- Un baccio (Uccio Gaeta) com UCCIO GAETA
06- Canção para o nosso amor (Benito di Paula) com BENITO DI PAULA

Lado 2:
01- Nino (Benito di Paula – Versão italiana: Dimas Coutinho) com BENITO DI PAULA
02- Tema de Branca “Gia’s Theme” (Riz Ortolani – Adaptação: Ribeiro Filho) com ARACY BARABANIAN
03- O dia que eu chegar “First of may” (Barry, Robin and Maurice Gibb – Versão: Tom Gomes) com PAULO FIGUEIREDO
04- A flor que o tempo guardou (Uccio Gaeta – Mario Albanese) com SERGIO LUIZ
05- O sonho impossível “The impossible dream” (Darion – Leigh – Versão: Ribeiro Filho) com DENIS CARVALHO
06- Ária de esperança (Adaptação de um tema de Tomas Albinoni – N. Maria – Versão: Salatiel Coelho) com GRAÇA MELLO.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Orlando Silva – Por tí (RCA-Victor – 1960)

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Link atualizado em 02/04/15

     Orlando Garcia da Silva nasceu no Rio de Janeiro RJ em 03 de Outubro de 1915. O pai, José Celestino da Silva, foi integrante D'os Oito Batutas e era operário das oficinas da Estrada de Ferro Central do Brasil, no subúrbio de Engenho de Dentro; morreu da gripe espanhola, deixando o filho com três anos. Desde pequeno, gostava de cantar e sempre tinha folhetos de modinhas no bolso ou dentro dos cadernos escolares. Nunca chegou a estudar música ou canto.
     Em 1934, o compositor Bororó apresentou-o a Francisco Alves, que o convidou a cantar em seu programa na Rádio Cajuti. Nesse ano gravou seu primeiro disco, na Columbia, com o samba "Olha a baiana" e a marcha "Ondas curtas". Em março de 1935 passa a se apresentar na Rádio Transmissora. No mesmo ano, indicado por Francisco Alves, assinou contrato com a RCA-Victor e gravou um 78 RPM que trazia "No quilometro 2" e "Para Deus somos iguais". Em 1936 participou do filme Cidade-mulher, da Brasil-Vita, interpretando a marchinha de Noel Rosa que deu titulo ao filme. Também em 1936, participou da inauguração da Rádio Nacional. Foi o primeiro cantor a ter um programa exclusivo nessa emissora, com o qual obteve enorme popularidade.
     Em 1937 foi a São Paulo SP pela primeira vez e apresentou-se na sacada do Teatro Colombo, no bairro paulista do Brás, onde se reuniram 10 mil pessoas para ouvi-lo. Foi nessa ocasião que o locutor Oduvaldo Cozzi lhe atribuiu o cognome de O Cantor das Multidões. Nesse mesmo ano, gravou na RCA-Victor um de seus grandes sucessos: "Lábios que beijei". Foi o primeiro cantor a interpretar "Carinhoso".
     Em 1940 torna-se público o caso amoroso entre Orlando Silva e a atriz Zezé Fonseca, que durou até o ano de 1943, em meio a várias "turbulências".
    Em 1942, o cantor tem um histórico de sérios problemas dentários. Para alíviar as dores que sentia passou a fazer uso de morfina, da qual se tornou dependente, o que causou um processo violento de alteração do timbre da sua voz. Ainda nesse ano participou da inauguração das ondas curtas da Ceará Rádio-Clube.
     Em 1943 transferiu-se para a Odeon, por onde grava vários discos, mas vê sua popularidade cair e começa a se tornar dependente também do álcool. Em 1944, afastou-se dos palcos, continuando a fazer programas de rádio no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Belo Horizonte MG. Em 1946 participou do filme da Atlântida Segura essa mulher, dirigido por Watson Macedo, interpretando a marcha "Seja lá o que Deus quiser" e deixa a rádio Nacional.
     Em 1947 casa-se com Maria de Lourdes Souza Franco, o que se tornou um dos fatores responsáveis para uma mudança radical na vida desregrada em que Orlando Silva estava vivendo.
     Em 1951, já em fase de pleno restabelecimento profissional, novamente por intermédio de Francisco Alves retorna à rádio Nacional fazendo apresentações esporádicas. Transferiu-se para a Copacabana, gravadora em que permaneceu ate 1955. Em 1952, com a morte de Francisco Alves, vítima de um desastre automobilístico, Orlando Silva foi indicado para substitui-lo no programa dominical de maior audiência da rádio: "Quando os ponteiros se encontram". No ano seguinte, um concurso da Revista do Rádio o elegeu Príncipe do Disco. 
     Em 1954 conquistou o titulo de Rei do Rádio. Nessa época, fazia o programa Doze Badaladas, levado ao ar ao meio-dia, com grande audiência. Em 1955 retornou a Odeon, na qual permaneceu ate 1959.
     Em 1956, por forçar demais a caminhada teve de amputar o pé, por receio de gangrena. Passa desde então a usar uma prótese mecânica. 
   Em 1959 retornou à RCA-Victor e reconquistou definitivamente a popularidade com o lançamento do LP Carinhoso, revivendo todos os antigos sucessos. Gravou, ainda em 1959, o LP Última estrofe. Em 1960, novamente na RCA Victor, lançou o LP Por ti e, no ano seguinte, o LP Quando a saudade apertar. Em 1975 lançou o LP Hoje, completando 40 anos de carreira artística, com canções de autores como Taiguara e Antônio Carlos e Jocafi.
Faleceu no Rio de Janeiro em 07 de Agosto de 1978, no hospital Gaffrée Guinle, vítima de isquemia cerebral. Em seu sepultamento, o grande público presente participou do cortejo entoando a valsa "Carinhoso".
     O disco que apresento aos amigos do Blog é exatamente "Por tí", lançado em 1960, que foi o terceiro de uma série de 4 LP's onde o "Cantor das multidões" reviveu em novos arranjos sucessos lançados anteriormente apenas em 78 RPM. Devo confessar que tive um pouco de trabalho para restaurar o disco original devido à vários arranhões, mas no fim confesso que fiquei muito satisfeito com o resultado alcançado. Não era mesmo para Orlando Silva ficar de fora do Blog. E ele está aquí para deleite de quem ama a boa música!!!

Músicas

Lado 1:
01- Por tí (Sá Roris – Leonel Azevedo)
02- Chora cavaquinho (Waldemar de Abreu “Dunga”)
03- Naná (Jardel e Geysa Boscoli – Custódio Mesquita)
04- Lágrimas de Rosa (Dante Santoro – Kid Pepe)
05- Tristeza (J. Cascata – Christivão de Alencar)
06- Apoteose do amor (Cândido das Neves “Índio”)

Lado 2:
01- Meu coração a teus pés (Benedicto Lacerda – Jorge Faraj)
02- Amigo infiel (Benedicto Lacerda – Aldo Cabrau)
03- Perdão amor (Lamartine Babo)
04- O prazer é todo meu (Ataulpho Alves – Claudionor Cruz)
05- Deusa do cassino (Newton Teixeira – Torres Homem)
06- História de amor (J. Cascata – Humberto Porto)

terça-feira, 16 de março de 2010

As melhores orquestras do mundo. Vol: 4 – Bert Kaempfert – Afrikaan Beat (CBD/Polyfar – 1975)

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Link atualizado em 28/03/15

     Quando postei o AS MELHORES ORQUESTRAS DO MUNDO VOL: 17, com o próprio Bert Kaempfert, sinceramente não imaginava que aquele disco se tornaria o campeão de acessos do Blog. Aproveito essa nova postagem para, além de agradecer à todos os amigos pela enorme quantidade de acessos, também desfazer de vez uma época de uma certa “preguiça” minha, quando injustamente nem cheguei a colocar uma biografia desse grande músico alemão. Então, vai a seguir, talvez o maior e mais elaborado texto publicado aquí no Blog relacionado à um disco postado:

bert_kaempfert

     Filho de um pintor e decorador, Berthold Heinrich Kaempfert nasceu em 16 de Outubro de 1923 em Barmbek, Hamburgo. Mostrou gosto pela música desde bem pequeno, tanto que aos 6 anos, graças à uma ação indenizatória que foi movida e ganha por sua mãe, o que valeu $500,00 (uma fortuna na época), "Fips", (apelido de Kaempfert na infância) ganha o primeiro piano. Frequentou aulas de música em Wilhelmsburg, ao sul do Rio Elba, para aprender a tocar o instrumento que sua mãe lhe dera, mas já dava os primeiros sinais do multi-instrumentista que viria a ser aprendendo também clarinete e acordeon. O talento do "menino-prodígio" fez com que aos 16 anos fosse contratado pela Busch Hans Orchestra, muito famosa e respeitada em Hamburgo. Mesmo o início da segunda guerra mundial foi incapaz de romper o vínculo entre Bert Kaempfert e sua vocação como artista. Passa a tocar acordeon em bandas navais. Na viagem à Dinamarca montou sua primeira banda, que passou a participar frequentemente de um programa de rádio chamado Pik Ass. Casou-se em 1946. No ano seguinte nasce Marion, sua primeira filha.
     Enfrentou um momento econômico turbulento com o fim da guerra, mas nem isso desanimou o jovem Kaempfert, que passou a compor suas próprias melodias, sob pseudônimo "Marc Bones" e se tornou independente, desfazendo a banda da qual fazia parte e montando a Berthold Kämpfert Orquestra. Em 1951 nasce a segunda filha: Doris. O nome Berthold Kämpfert já se tornava conhecido inclusive fora dos arredores de Hamburgo, o que chamou atenção da gravadora Polydor, que logo contratou o músico, que chegou a trabalhar com o nome artístico Bob Parker. Se tornou produtor e uma espécie de "caçador de talentos". Uma de suas descobertas aconteceu no clube St. Pauli de Hamburgo: um crooner chamado Freddy Quinn, que se tornaria um dos grandes cantores da Alemanha. Em 1959, Bert Kaempfert arranjou e produziu "Die Gitarre und das Meer", que foi interpretada por Quinn e se tornou um dos grandes hits da história da música alemã. Também nessa época, Kaempfert (com Billy Mo no trompete), grava "Mitternachts" canção do filme "Blues (Midnight Blues)", que se mantém na parada de sucessos da Alemanha durante 22 semanas e alcança também certo sucesso em outros países da Europa. Para provar que o sucesso de Kaempfert não era passageiro vem o lançamento da canção "Morgen", interpretada pelo cantor croata Ivo Robic e produzida e arranjada por Kaempfert. O grande sucesso de "Morgen" vale o primeiro de muitos discos de ouro da carreira. O início do reconhecimento internacional veio em 1960 com uma parceria musical com nada mais nada menos do que Elvis Presley, que nessa época havia sido transferido à Alemanha para prestar serviço militar. Para que o "Rei do Rock" não tivesse sua carreira artística interrompida foi produzido um filme cuja trilha sonora teve o "dedo" de Kaempfert, que adquiriu os direitos da canção alemã "Muss I denn hinaus zum Städtele", que produzida e arranjada por Kaempfert e interpretada por Elvis se tornou "Wooden Heart". Essa produção se tornou um sucesso mundial e subiu ao topo das paradas da Billboard. Logo após, Kaempfert compõe "Wunderland bei Nacht", mas o pouco interesse por essa melodia em seu país natal fez com que mesmo após produzida e arranjada para ser gravada em disco a composição fosse "arquivada". Kaempfert viajou para a América junto com sua família e se apresentou com sua orquestra em Nova York, sendo assistido por Milt Gabler, auto executivo da gravadora Decca, que logo reconheceu o talento excepcional desse músico alemão, contratando-o. Grava já sob o nome Bert Kaempfert and His Orchestra "Wonderland By Night" (a antiga "Wunderland bei Nacht", com novo arranjo) e alcança o primeiro lugar nas paradas, provando que Gabler estava certo em investir na carreira de Kaempfert nos EUA. A canção logo alcança o topo das paradas de vários outros países. O prestígio internacional estava definitivamente alcançado.
     De volta à Alemanha em 1961, Kaempfert retoma seu lado "descobridor de talentos" e em uma visita ao Top Ten Club de Hamburgo assiste a apresentação de um certo quarteto de roqueiros ingleses originários de Liverpool chamados na época de "Beat Brothers", acompanhando o cantor e guitarrista Tony Sheridan. Kaempfert então produziu várias músicas com estes jovens das ilhas britânicas, entre elas o single "My Bonnie", que mais tarde viria a ser reconhecida como a primeira gravação profissional de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Pete Best (substituido 1 ano depois por Ringo Starr), ou seja: The Beatles. Seria sua última produção para outros artistas, pois passaria definitivamente a produzir e arranjar seus próprios trabalhos com sua orquestra.
     Seu prestígio internacional nunca foi abalado, mesmo com a onda do Rock and Roll e Psicodelia. Sua música alcançava então o status de universal, composições próprias como "Afrikaan Beat" e "Spanish Eyes" venderam milhões de discos no mundo todo.
     No início dos anos 70 produz seu próprio arranjo de "Theme from 'Shaft'", que já havia sido um sucesso na versão de seu autor, Isaac Hayes. A versão de Kaempfert mereceu elogios por telefone do próprio Hayes, que disse: "- Sua versão é fantástica, melhor do que a minha!!!".
    Os mesmos fãs que tornaram a carreira fonográfica de Kaempfert um sucesso passaram a exigir apresentações também ao vivo. E em 1974 finalmente Bert Kaempfert e sua Orquestra se apresentam na Inglaterra, o que acabou por ser um momento culminante da carreira, com elogios de crítica e público, que aplaudia a cada execução musical de pé. Duas apresentações históricas ocorreram também no Royal Albert Hall. O sucesso das apresentações na Inglaterra fez com que fossem organizadas apresentações também na própria Alemanha, com sucesso absoluto. Em 1979, para reconhecer o valor artístico desse músico de seu país, a TV alemã produz o especial "Bert Kaempfert In Concert", que teve inclusive participação especial da cantora sueca Sylvia Vrethammar, que interpretou uma canção acompanhada fabulosamente pela orquestra de Kaempfert. Essa apresentação histórica na TV levou à uma nova turnê na Alemanha, incluindo também lugares como Luxemburgo e Zurique. A morte repentina de seu parceiro musical e amigo Herbert Rehbein em 28 de julho de 1979 o abalou emocionalmente, mas essa turnê ajudou Kaempfert de certa forma a amenizar a tristeza. Uma nova turnê na Inglaterra foi agendada no começo da nova década. Apresentações de sucesso em Manchester, Birmingham, Croydon e Eastbourne se sucederam e culminaram com mais 4 apresentações históricas no Royal Albert Hall, para 5.000 expectadores por dia. A última apresentação ocorreu em 16 de junho de 1980. Feliz pela calorosa recepção do público inglês, mas exausto, Kaempfert anuncia que precisava descansar. Mal sabia o público presente que essa seria a despedida definitiva.
     Dois dias depois do término dessa cansativa turnê, Bert e Hanne, sua esposa, viajaram para tirar férias em uma confortável casa que compartilhavam em Mallorca, na Espanha. Pedidos para novas apresentações ao vivo surgiram e até foi feito um planejamento para o lançamento de um novo álbum no início de outubro. Mas, em 21 de junho de 1980, as agências de notícias do mundo todo anunciam o que os fãs menos esperavam e gostariam de ouvir: Bert Kaempfert faleceu em sua casa de férias, vítima de um derrame, na cidade de Mallorca prematuramente, aos 56 anos de idade. O mundo da música lamentou profundamente a perda. Em 15 de Janeiro de 1981, as cinzas de Bert Kaempfert foram jogadas no mar de Everglades, na Flórida, cidade preferida do músico para o descanso eterno. Morreu o músico, mas seus trabalhos se tornaram imortais.
     Essa coletânea lançada em 1975 é o volume 4 da série AS MELHORES ORQUESTRAS DO MUNDO. Curtam, pois isso é música instrumental de qualidade!!!

Músicas

Lado 1:
01- Afrikaan Beat (Kaempfert)
02- Secret Love (Fain – Webster)
03- Dancing in the Dark (Schwartz – Dietz)
04- Unchained melody (North – Zaerf)
05- Blueberry Hill (Lewis – Stock – Rose)
06- Love me tender (Presley – Matson)

Lado 2:
01- Blue moon (Rodgers – Hart)
02- When i fall in love (Young – Heyman)
03- Yellow bird (Trad. Arr: Bruesewitz)
04- Symphony (Alstone – Lawrence – Tabet – Bernstein)
05- I will never stop loving you (Kaempfert – Rehbein)
06- Everybody loves somebody (Lane – Taylor)

(Clique no título do disco)

domingo, 7 de março de 2010

Feliciano Amaral e conjunto Cantores de Jerusalém – O mar é criação do Senhor (Gravadora Favorítos Evangélicos – 1961)

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Link atualizado em 31/03/15

     O Blog Cultura Cabesound abre espaço nesse momento para um dos nomes mais importantes da música cristã brasileira, e porque não também do mundo: Feliciano do Amaral. 
   
     Nascido na Cidade de Miradouro no estado de Minas Gerais em 20 de outubro de 1920,  é filho de Júlio Augusto do Amaral e de Palmira Maria da Conceição.  Foi músico, sapateiro e cantor popular. Foi batizado em 7 de março de 1943 na Igreja Batista de Muriaé. Em 1947 casou-se com Elza Rocha do Amaral. Já na cidade do Rio de Janeiro, estudou Teologia no Seminário Teológico Betel. Pastoreou várias igrejas inclusive a Primeira Igreja Batista da Pavuna, onde foi seminarista. Começou as atividades como cantor evangélico em 1948.
     Em 2003 Feliciano Amaral recebeu um reconhecimento público, quando completou 83 anos, uma Moção de Aplausos e Congratulações da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ). A homenagem foi requisitada pelo deputado Aurélio Marques, como reconhecimento pela dedicação de Feliciano Amaral à obra de Deus e à música cristã.
     Feliciano Amaral também está no Guiness Book como o cantor evangélico que está há mais tempo em atividade no mundo. Até hoje grava CD’s e louva em igrejas do país inteiro.
     O disco que apresento aquí é um dos mais bem sucedidos da carreira de Feliciano do Amaral e é lembrado até hoje pelos admiradores da música cristã tradicional. Para aqueles que não conhecem e gostariam de conhecer, aquí está a oportunidade!!!

Dados do disco:

Cantores de Jerusalém:
Sopranos – Lêda Duarte, Loreny Santos, Eunice Moura, Gláucia Strauss
Contraltos – Edna Loureiro, Dayse Bernardes Silva, Eunice Barroso
Tenores – Itamar Coelho, Eliezer Lima, Nilton Mota
Baixos – Arrigone Moura, Samuel Alencar, Elierme Portugal, Acir Silva
Regente: Guilherme Loureiro

Lado 1:
01- O mar (Guilherme Loureiro)
02- Louvores ao Senhor (Cesar Franck – Guilherme Loureiro)
03- A cidade santa (harpa  cristã, nº 521, Adapt: Guilherme Loureiro)
04- Um pobre cego ( Adapt: Guilherme Loureiro)
05- Seu toque guiador ( Adapt: Enock de Albuquerque)

Lado 2:
01- Minha alegria. Música incidental: Serenata de Schubert (Adapt: Guilherme Loureiro)
02- Junto a Jesus (Adapt: Enock S. Albuquerque)
03-  Meu coração (Adapt: Enock s. Albuquerque)
04- O mais doce nome (Adapt: Guilherme Loureiro)
05- É Jesus quem salva ( Harpa Cristã nº 186, adapt e letras adicionais: Guilherme Loureiro)
06- Uma história e um convite ( Guilherme Loureiro)

sexta-feira, 5 de março de 2010

O mundo mágico de Paul Mauriat (Polygram/Elenco – 1983)

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Link atualizado em 02/04/15

     Mais um ícone da música instrumental ganha espaço no Cultura Cabesound. Um dos meus maestros e arranjadores preferidos e aquele que tem o maior número de registros fonográficos realizados no mundo todo: Paul Mauriat.
     Filho de uma família de músicos, teve seu pai como primeiro mestre. Aos quatro anos, iniciou seus estudos de piano. Aos dez, entrou para o Conservatório de Paris, saindo quatro anos mais tarde, decidido a seguir a carreira de concertista. O encontro com o jazz entretanto, mudou os planos iniciais de Mauriat. O novo ritmo decididamente influenciou o estilo que o tornaria famoso em todo o mundo. Cresceu em Paris e, aos dezessete anos, montou sua própria orquestra, apresentando-se em cabarés e teatros na França e em outros países da Europa. Na década de 50, tornou-se o arranjador preferido de vários cantores franceses. Entre 1967 e 1972, ele escreveu várias músicas para Mireille Mathieu; a premiada ‘Mon Credo’ (1,4 milhão de cópias vendidas), ‘Viens dans ma rue’, ‘La première etoile’, ‘Geant’, etc... e contribuiu com 130 modalidades de canções para Charles Aznavour.
     Nos anos 70 e 80, nos seus concertos ao vivo, Mauriat freqüentemente utilizou backing vocals (particularmente as brasileiras Eva, Mariza e Regina, do ‘Trio Esperança’) para fornecer suporte para alguns números e seções que ele organizou para seus concertos. Eva acabou casando com o braço direito de Mauriat, o pianista Gerard Gambus, parceiro por mais de 10 anos. Falando em Brasil, Mauriat amava a música brasileira, inclusive realizou gravações no país e vários compositores brasileiros tiveram o privilégio de ter suas músicas executadas pelos arranjos mágicos da orquestra do maestro.
     Reconhecido internacionalmente, ganhou discos de ouro em vários países, ‘Grand Prix du Disque’ na frança, troféu ‘Midem’ (The World Music Communyt), foi convidado para compor a ‘International Federation of the Phonographic Industry’, sediada em Londres, e em 1997 ganhou a distinção de prestígio ‘Commandeur des Arts et des Lettres’ do Ministério da Cultura da França.
     Sua despedida dos palcos foi em 1998, num show em Osaka, Japão. Gilles Gambus, pianista do grupo, liderou a orquestra após a aposentadoria de Mauriat em 1999, obtendo sucesso nas tours que fez no Japão, China e na Rússia. Posteriormente, o músico francês Jean-Jacques Justafre assumiu a regência da orquestra, com planos pra atuar em shows no Japão e Coréia do Sul. Em 2002 o escritor e perito na vida do maestro, Serge Elhaik lançou uma biografia autorizada escrita em francês,denominada "Une vie en Bleu". Esta biografia contém valiosas informações sobre a discografia de Mauriat e muitas fotos dele e de sua orquestra.
     Nos últimos meses de 2006, Mauriat se retirou definitivamente do meio artístico, e passou a residir em sua casa de verão na cidade de Perpinhã. No início do mês de novembro de 2006, foi internado no hospital da cidade e após dois dias, em 3 de Novembro, exatamente a uma hora da manhã, faleceu aos 81 anos de idade. Morreu o homem, mas sua arte ficou perpetuada para sempre em suas gravações magistrais.
     A presente coletânea foi lançada apenas no mercado brasileiro e contém algumas das mais belas e expressivas gravações de Mauriat e sua orquestra mágica. Confira!!!

Dados do disco

Supervisão de repertório: Sergio Motta
Arte final: Tuninho de Paula
Direção de arte: Cosme de Oliveira

Músicas
Lado 1:
01- L’amour est bleu (A. popp – P. Cour)
02- Taste of  the sixties (Mauriat – G. Gambus)
03- Noctune (Mauriat)
04- Michelle (Lennon – McCartney)
05- This is my song (C. Chaplin – P. Delanoe)
06- Mourir ou vivre (D. Gerard – R. Bernet)
07- Aranjuez (J. Rodrigo – Vidre)

Lado 2:
01- La chanson pour Anna (A. Popp) – Solo de guitarra: M. Gesina
02- La decadanse (S. Gainsbourg)
03- Love Story (F. Lay – C. Desage)
04- Hey Jude (Lennon – McCartney)
05- Je t’aime moi non plus (S. Gainsbourg)
06- (Dis lui) Feelings (M. Albert – M. Jourdan)
07- Mammy blue (H. Giraud)

Johnny Alf (1929 – 2010)

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     Hoje iria colocar outra postagem aquí no Blog, mas acabei me deparando com a notícia da morte de Johnny Alf. Cultura Cabesound não poderia deixar de prestar uma singela homenagem à este que era considerado até por João Gilberto e Tom Jobim o verdadeiro “cara” da Bossa Nova.
     Alfredo José da Silva nasceu no RJ, em 19 de maio de 1929, filho de Antônio José da Silva e Ignês Maria da Conceição. Órfão de pai aos 3 anos de idade começou a aprender piano clássico aos 9 anos de idade com Geni Borges, amiga dos patrões da mãe, surpreendendo ao demonstrar interesse por obras dos compositores Cole Porter e George Gershwin.
     Enquanto cursava primário e ginásio formou um conjunto com amigos em Vila Isabel, que se apresentava no Andaraí Atletico Clube. Da contração de seu prenome – ALF - surgiu o apelido. Johnny Alf atravessou a adolescência escrevendo músicas, analisando orquestrações e realizando concertos de Jazz.Tocava à noite e levantava cedo para assumir seu posto de cabo do exército. Definiu-se como músico profissional quando venceu um concurso na Rádio Nacional do RJ para pianistas candidatos a um contrato para tocar no restaurante do radialista César de Alencar.
     Suas primeiras composições gravadas foram pela voz da rainha do rádio de 1952: Mary Gonçalvez. No LP “Convite ao Romance”, Mary cantou ESTAMOS SÓS, O QUE É AMAR e ESCURA. Em 1955 saiu o primeiro 78 RPM com as músicas O TEMPO E O VENTO e RAPAZ DE BEM, esta última considerada precursora da Bossa Nova,por causa dos sinais revolucionários que apresentava em termos harmônicos e melódicos. Como a Bossa Nova exigia pleno domínio do instrumento, muita harmonia e balanço, Johnny, que estudava Clássico e tocava Jazz, encabeçou fácil o início do movimento. Em 1961 recusou convite para se apresentar no Carneggie Hall junto com os outros expoentes do movimento. No ano seguinte formou conjunto com o baixista Tião Neto e o baterista Edson Machado, realizando shows disputadíssimos. A grande Sarah Vaughan em sua visita ao Brasil no final dos anos 70 se encantou com o talento de Alf e o fez convite para ir morar e se apresentar nos EUA, convite esse também prontamente recusado.
     O maior de todos os sucessos de Johnny foi EU E A BRISA, que por ironia, foi desclassificada no III Festival de MPB da TV Record. Depois de ver suas músicas gravadas por grandes músicos como Lalo Schifrin, lançou 2 discos: “Ele é Johnny Alf” (1971) e “Nós” (1973). O primeiro incluia DECISÃO e GAROTA DA MINHA CIDADE e o segundo incluia O QUE É AMAR e PLENILÚNIO.
 
 

     Infelizmente o sucesso do passado se foi e Johnny passou a viver em uma espécie de casa de repouso em SP. Dizem que para sobreviver vendeu seus raros e valiosos primeiros discos 78 RPM. Nos últimos 3 anos de vida travou uma batalha contra o câncer de próstata. A batalha foi perdida exatamente nesta quinta-feira (4 de março) no Hospital Mário Covas, em Santo André – SP. Não tinha nenhum parente.
     Artista de valor inestimável e lembrado sempre por aquelas pessoas que sabem apreciar a verdadeira boa música. O país ficou órfão de mais um desses artistas que mais souberam dignificar a nossa música. Obrigado por tudo Johnny. O céu ficou ainda mais rico musicalmente.

terça-feira, 2 de março de 2010

Perry Como – And I Love You So (RCA/Victor – 1973)


Perry Como

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Link atualizado em 03/04/15

     O ítalo-americano Pierino Ronald "Perry" Como foi um dos cantores mais populares entre o final da Segunda Guerra Mundial e a ascensão do rock & roll em meados da década de 50.  Aperfeiçoou a abordagem pós-big-band da música pop, adotando estilo irresistível e descontraído próprio ao interpretar os sucessos mais populares. As principais influências dele eram Bing Crosby e Russ Columbo. Seu sucesso durante o início dos anos 50 era praticamente imbatível.
     Nascido em 1912 em Canonsburg, PA, Como foi trabalhar como barbeiro, começou a carreira cantando em sua cidade natal aos 21 anos em uma turnê com o bandleader local Freddie Carlone. Passou a participar de programas de rádio local. O primeiro contrato de gravação solo foi assinado com a RCA Victor Records em 1943, e ele também começou a fazer trabalhos em Hollywood direcionados para as crianças. O primeiro grande sucesso de Como veio a bordo do filme A Song to Remember (1945). Sua interpretação de "Till the End of Time" passou dez semanas no topo das paradas e se tornou o maior hit do ano. Entre os anos de 45 e 47 acumulou sucessos do quilate de "Prisoner of Love", "Surrender" e " Chi-Baba Chi-Baba (My Bambino Go to Sleep)". Foi contratado pela NBC para um programa de rádio em 1948. No mesmo ano passou a trabalhar na televisão, se tornando pioneiro ao apresentar o programa de variedades Chesterfield Supper Club, que logo se tornou sucesso de audiência, inclusive valendo a Como quatro prêmios Emmy de televisão. Em meados da década de 50, Como fez muito sucesso popular com canções de nomes estranhos, apesar de não gostar de várias delas: "Bibbidi-Bobbidi-Doo", "Hoop-Dee-Doo", "Pa-Paya Mama" e "Hot Diggity. O sucesso começou a diminuir no final dos anos 50 com o surgimento do rock & roll e a onda de ídolos jovens. Seu último hit número 1 nas paradas, "Catch a Falling Star", veio em 1958. Como ficou meio que recluso durante os anos 60, mas retornou em 1970 com seu primeiro show ao vivo em mais de duas décadas e em seguida iniciou uma turnê mundial baseada no LP "It's impossible", que chegou ao Top Ten no final de 1970. Continuou a gravar LPs e especiais de televisão durante boa parte da década. No final da década de 70 e entre as décadas de 80 e 90 Como passou a fazer aparições ocasionais em programas de televisão. Em 12 de maio de 2001, morreu enquanto dormia em sua casa na Flórida.
    Apresento aos amigos do Blog este que talvez tenha sido o último disco de grande sucesso da carreira de Perry Como: And I Love You So. Além da bela canção título, sucesso no mundo todo, o disco ainda produziu outro grande sucesso: I Believe in Music. Contém  também interpretações próprias para "Killing me softly" (Roberta Flack), "For the good times" (Kenny Rogers), "Aubrey" (Bread) e "Sing" (Carpenters). Um intérprete de sensibilidade em um belo disco!!! 

Dados do disco:
Produzido por Chet Atkins
Arranjado por Bergen White e Cam Mullins
Engenheiros de som:  Roy Shockley e Milton Henderson
Gravado nos estúdios da RCA “Nashville Sound” – Nashville, Tennesse.

Músicas
Lado 1:
01- And i love you so (Don McLean)
02- Killing me softly with her song (Norman Gimbel – Charles Fox)
03- For the good times (Kris Kristofferson)
04- Aubrey (David Gates)
05- Sing (Joe Raposo)

Lado 2:
01- I want to give (Gene Nash – Juan Eduardo – Juan Marcelo)
02- Tie a yellow ribbon round the ole oak tree (Irwin Levine – L. Russel Brown)
03- I Thought about you (Ronald McCown)
04- It all seems to fall into line (Al Stillman – Ben Weisman)
05- I believe in music (Mac Davis)