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Link reativado em 13/06/2015
O Blog Cultura Cabesound abre seu espaço musical nesse momento para uma autêntica Lenda-Viva da música latina: LUCHO GATICA, o Rei do Bolero.
Luis Henrique Silva Gatica nasceu no Chile, no distrito de Población Rubio de Rancagua em 11 de agosto de 1928, foi o quinto de uma família de 6 irmãos (5 homens e 1 mulher). O pai, José Agustin morreu quando Lucho tinha 3 anos e a mãe, Juana, passou a sustentar sozinha a família, a base de muita luta e sacrifício. A música sempre acompanhou a jornada da família e Arturo, um dos irmãos, foi o primeiro a se lançar como cantor profissional. Dono de uma maravilhosa voz de barítono, Arturo conseguiu popularidade no país, com suas interpretações, gravadas na Odeon, sendo muito executadas nas rádios e casas noturnas. Enquanto isso, Luis Henrique, o irmão mais novo, apelidado de “Pitico”, estudava e silenciosamente alimentava o sonho de ser um cantor famoso como seu irmão mais velho. Se formou técnico de próteses dentárias, mas o que Luis Henrique almejava mesmo era uma carreira musical. Conhecedor do talento do irmão mais novo, Arturo se tornou seu principal incentivador e promoveu a estréia profissional do irmão no Teatro Apollo, localizado na cidade natal da família.
As primeiras gravações de Luis Henrique foram como segunda voz para o irmão Arturo. A primeira gravação, uma música folclórica chilena, não teve repercussão, mas outras belas melodias como por exemplo “Tu que vas vendiendo flores”, "La Partida" e "El Martirio” começaram a despertar a atenção das rádios e do público para o jovem Luis Henrique, mas ao mesmo tempo existia uma certa crítica por um cantor tão jovem escolher um repertório de boleros populares que eram considerados “sensuais demais” para a sua idade. Mas a caminhada para a fama seguia forte, seja em apresentações com o irmão Arturo, seja em apresentações solo. Sua apresentação com Arturo na poderosa Radio Minería foi coberta de críticas positivas, levando a dupla a se apresentar no programa "Las Estrellas Se Reúnen", um dos mais populares do país, apresentado por Raul Matas. Nesse programa, um dos apresentadores se referiu a Luis Henrique erradamente como “Lucho”, só que o erro no nome acabou fazendo com que todos o chamassem por “Lucho”, acontecendo alí mesmo o batismo artístico daquele jovem que se tornaria mais tarde uma referência mundial na música: Lucho Gatica. A partir daí a carreira solo engrena de vez e ele permanece como solista do mesmo programa durante 4 anos seguidos. Foi essa maturidade artística alcançada no rádio que fez com que o jovem Lucho Gatica convencesse os produtores da Odeon a gravar boleros com a sua voz. As primeiras gravações incluiram “Contigo en la distancia”, “Nosotros” e “ Sinceridad”. Foi unânime entre todos no estúdio de gravação que alí estava nascendo “A voz masculina definitiva” para um estilo musical que ainda não havia encontrado um intérprete a altura. O sucesso finalmente lhe bateu a porta.
Em 1954 fez sua primeira excursão ao exterior se apresentando em Buenos Aires como solista da Orquestra de Roberto Inglés, provocando uma histeria coletiva, principalmente no público feminino (a terra do tango se rendia a partir de então ao bolero). Seguiram-se então excursões ao Uruguai e ao Brasil com grande repercussão, antes de atravessar o Atlântico e fazer apresentações de sucesso na rádio BBC de Londres, apresentações essas que levaram a Parlophone, subsidiária da EMI inglesa, a chamar Lucho Gatica para gravar em seus estúdios. Sua interpretação para “Besame Mucho” se tornou um sucesso mundial, essa música já havia sido gravada outras vezes por outros intérpretes diferentes nos anos 40, mas nenhuma dessas interpretações alcançaram a repercussão da interpretação de Lucho Gatica, considerada até hoje como a definitiva. A gravação de Lucho serviu de referência para um certo quarteto de Liverpool e a música foi interpretada na primeira seção de gravação do quarteto na mesma Parlophone 8 anos após a gravação de Lucho Gatica, quem era o quarteto? The Beatles. A partir do lançamento de Besame Mucho, o sucesso de Lucho Gatica se expandiu pelo mundo, alcançando toda a Europa com sucessos como “La barca”, “El reloj”, “La puerta”, “Nueva mia”, “Encadenados” e “No me platiques mas”, todas numero 1 nas paradas de sucesso e todas se tornariam canções imortais para ouvintes de todas as gerações.
Nos anos seguintes mais sucesso, locais de shows lotados e mais histeria onde quer que fosse se apresentar, atuações em filmes e todas as mulheres do mundo querendo ser a Sra Gatica, boatos de possíveis romances com celebridades como as atrizes Ava Gardner e Carmen Sevilha foram espalhados pela imprensa em geral, boatos esses logo desmentidos pelo próprio Lucho Gatica, mas ele até gostava de manter uma certa fama de conquistador e isso gerava ainda mais admiração do público feminino e a fama de “Playboy Internacional”, com uma noiva em cada canto do planeta. Mas essa fama de “Playboy internacional” deu lugar ao status de homem casado em 1960, quando o mundo, principalmente suas fãs foram surpreendidas com a notícia do casamento de Lucho Gatica com a bela atriz Mapita Cortéz, primeira de suas 3 uniões.
Em todas as partes do mundo em que se apresentava, Gatica recebia honrarias de autênticos chefes de estado, mas nada se comparou a sua chegada a Espanha em 1959, onde no aeroporto de Barajas cerca de 5.000 fãs o receberam em êxtase e em estado de histeria, exibindo faixas e cartazes com fotos com desejos de boas vindas. Na saída do aeroporto outros milhares de fãs se aglomeravam nas ruas para saudar o ídolo musical, que desfilou acenando de um carro conversível visivelmente emocionado com tamanho carinho, um momento que ele jamais esqueceu.
O sucesso nos EUA não tardou a acontecer. Seus discos foram editados pela Capitol Records para lançamento no país e o sucesso de vendas tornou Gatica um dos primeiros cantores latino americanos a conseguir quebrar a barreira do idioma espanhol no país. Em 1962, após uma turnê nas Filipinas, onde reuniu apenas em um concerto a impressionante marca de 160.000 fãs no Coliseu Araneta, Lucho Gatica seguiu rumo à Nova York onde fez várias apresentações no conceituado Carneggie Hall, acompanhado pela Orquestra de Lalo Schifrin e também se apresentou no famoso programa de TV Ed Sullivan Show. O mundo se rendeu de vez ao talento e carisma de Lucho Gatica.
Em toda a sua carreira recebeu homenagens e prêmios dos mais diversos em cada país que visitou, cito como alguns dos mais importantes momentos o Grammy Latino que recebeu pelo conjunto de sua obra e a estrela que o tornou um imortal da Calçada da Fama em Hollywood, ambos no ano de 2008. Alguns anos antes, em 1996, a HBO produziu um tribulo especial gravado ao vivo no James Knight Center de Miami, com a participação de Julio Iglesias, Célia Cruz, Monna Bell e Luis Miguel, entre outros. Lucho Gatica cantou em dueto com todos, num especial de 2 horas de duração.
Em quase 60 anos de carreira, Lucho Gatica até hoje inspira gerações e gerações com sua voz aveludada e suas interpretações incomparáveis e não poderia de forma alguma ficar de fora do Blog Cultura Cabesound. O disco que trago aquí foi talvez o primeiro registro em longa duração de Lucho Gatica no Brasil, uma especie de coletânea de alguns sucessos lançados até aquele período, com gravações feitas no Chile e no Mexico, é uma bela amostra de todo talento desse grande artista. Esse é mais um presente do Blog Cultura Cabesound!!!
Músicas
Lado 1:
01- Somos (Mario Cravell)
02- Si me comprendieras (José Antonio Méndez)
03- No se que pasa conmigo (Raúl Tobón – R.López Gali)
04- El reloj (Roberto Cantoral)
05- La barca (Roberto Cantoral)
06- Sabra Dios (Alvaro Carrillo)
Faixas 01 a 05 com Orquestra de José Sabre Marroquin
Faixa 06 com Orquestra de Vicente Bianchi
Lado 2:
01- Tu me acostumbraste (Frank Dominguez)
02- Hoy como ayer (Pedro Vega)
03- Que seas feliz (Consuelo Velázquez)
04- Encadenados (Carlos Arturo Bris)
05- Cada vez mas (René Touzet)
06- Amor secreto (Gustavo Prado)
Faixas 01 a 05 com Orquestra de José Sabre Marroquin
Faixa 06 com Los Pelegrinos.
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